Se o futuro da moda italiana - o que eles chamam de "Made in Italy" - depender da nova geração de estilistas, com certeza não faltarão outros Armani, Dolce & Gabbana, Miuccia Prada e Versace.

Guardadas as proporções, as apresentações de cinco novas marcas no projeto chamado Incubatore della Moda, como existem no Brasil o Projeto-Lab, da Semana de Moda Casa de Criadores, o Rio Moda Hype e o Hot Spot, que Paulo Borges quer reativar no Rio, não deixaram a desejar. Outros jovens criadores mostraram suas coleções no decorrer do evento, que termina dia 30.

Cristiano Burani é uma das grandes promessas. Já trabalhou para a La Perla, Blumarine e Versace

Selecionados em março e com coleções já apresentadas no Japão dia 3 de setembro e com desfiles previstos para outubro em Nova Delhi, Moscou, Paris e Berlim, os criadores italianos mostraram peças feitas com acabamento impecável, nervuras, pregas e drapeados perfeitos, além de aplicações manuais.

Quase todos apostaram nos tons claros - do gelo ao nude, passando por marrom, com algumas nuances de verde, azul e vermelho. Vestidos fluidos e decotados, ou mais próximos ao corpo transitavam na passarela da sala Spiga do Centro de Moda de Milão, onde acontece a maioria dos desfiles. Uma das modelos ficou com o seio à mostra e outra tropeçou na barra do vestido esvoaçante, ambas desfilando para Cristiano Burani. Nada que empanasse o talento desses promissores criadores.

Cristina Miraldi
A milanesa de 26 anos apresentou vestidos curtos com tecidos leves e fluidos, dando uma sensação etérea as peças que vinham com sobreposições secas, transparências em saias, vestidos, shorts e calças. Cristina segue as tendências atuais nos tons de nude e nos leves volumes em partes inusitadas das peças e também nos quadris.

A-Lab Milano
O coletivo se inspirou nas fábulas dos irmãos Grimm para levar a mulher uma sensação também fluida, com tecidos como algodão, seda e chiffon, na cor predominantemente bege, passando por verdes e marrons. Se tem calça skinny justíssimas, outros volumes aparecem com drapeados e tecidos trabalhados de forma estruturada. Um leve drapeado na frente de saias e vestidos conferiam um bonito movimento na barra.

Mauro Gasperi
O desfile começou com o saxofonista Enrico di Stefano tocando um jazz improvisado para a entrada da modelo de vestido tubinho curto e claro, num tom offì-white, que recebe um certo efeito tridimensional por conta de pregas, babados e nervuras aplicadas nas peças. O trabalho se repete também em shorts, calças, casaquinhos e saias. Delicado e feminino, o trabalho do estilista merece ser observado pelos próximos anos.

Cristiano Burani
O estilista já trabalhou em marcas como La Perla, Blumarine e Versace e pelo jeito aprendeu bem o ofício. Com delicadas pétalas de tecidos ou formas redondas feitas à mão e aplicadas em algumas peças, Cristiano apresentou uma coleção extremamente feminina, em que também surgem tecidos fluidos, em cores que vão do marrom, passando por azul e vermelho, ora misturados ora separados. Aplicações de cristais e muito brilho enfeitavam delicadamente as roupas. Os óculos redondos e os colares grandes feitos também de várias peças arredondadas unidas têm tudo para ser grandes tendências do próximo verão 2010. Anotem esse nome.

Paolo Errico
Também apresentou um óculos redondos e peças de cores claras, álias grandes apostas para o verão italiano de 2010, como também foi visto nos desfiles brasileiros. Mas as cores do italiano transitavam ainda entre o preto e o vermelho. O italiano trouxe um rico trabalho de malharia, com peças de tricô feitas de forma arredondada e ampla. Casacos tinham efeito de rede, outra tendência a ser observada para o verão.

Fonte: Rosângela Espinossi
Foto: Roberto Tecchio/Divulgação