AFP
Helena OSORIO
24 de jun. de 2022
Nike deixa definitivamente mercado russo e não reabrirá mais as suas lojas
AFP
Helena OSORIO
24 de jun. de 2022
A Nike anunciou, na quinta-feira (23), que vai deixar de vez o mercado russo e não tem planos de reabrir as suas lojas, que foram fechadas temporariamente na sequência de sanções contra Moscou pela invasão na Ucrânia.

"A Nike Inc. decidiu deixar o mercado russo. Como resultado, a Nike.com e o aplicativo Nike deixarão de estar disponíveis nesta região. As lojas Nike fecharam recentemente e não reabrirão", disse o grupo em uma mensagem no seu website russo.
Depois do McDonald's e da Ikea, esta é a enésima marca icônica ocidental a deixar o mercado russo. O grupo não deu mais detalhes sobre os motivos da decisão, e disse apenas que "nos últimos tempos, a Nike não pode garantir a entrega de mercadorias a compradores russos".
A Nike disse que os pedidos foram cancelados e os clientes serão reembolsados.
No início de março, poucos dias após a entrada das tropas russas na Ucrânia, a Nike anunciou o encerramento temporário de todas as suas sucursais geridas diretamente na Rússia, ou seja, 116 lojas.
Em 25 de maio, o grupo anunciou a suspensão das vendas em lojas parceiras na Rússia e a interrupção de todas as suas colaborações com varejistas no país, indicando ao mesmo tempo que continuaria a pagar aos seus empregados.
As autoridades russas responderam agressivamente a estes anúncios em cascata, avisando os grupos estrangeiros para deixarem o país à pressa sem respeitarem as leis laborais, com ameaças veladas de nacionalizar os seus bens.
Os restaurantes McDonald's foram comprados por um investidor russo. Em junho, o investidor começou a relançar uma cadeia de fast-food, sob novas cores e um novo nome.
Em Moscou, surgiram muito cartazes anti suecos, afirmando "Nós (os russos) somos contra o nazismo, eles (os suecos) são a favor dele". Os cartazes exibiram, entre outros, o fundador da cadeia de mobiliário Ikea, Ingvar Kamprad, por comentários apresentados como pró-Nazi.
Nas redes sociais e nos meios de comunicação social, os russos também apelaram a um boicote aos produtos das principais marcas ocidentais que suspenderam as suas atividades no país, tais como a Apple ou a Chanel.
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