Natura anuncia reestruturação do seu negócio na França

Por

Anderson Alexandre da Silva

Publicado em
15 de nov. de 2016

Ares de mudança ainda pairam sobre a Natura. Depois de pegar o mercado no contrapé, no último dia 25 de outubro, ao anunciar a renúncia do então CEO da companhia, Roberto Oliveira de Lima, que fora sucedido por João Pauilo Brotto Golçalves Ferreira, a gigante brasileira da beleza e dos cosméticos anuncia em comunicado o início de uma reestruturação no seu negócio na França, a fim de "assegurar o crescimento sustentável da marca no país".

Na verdade, o plano de reestruturação do modelo de negócios francês da empresa, anunciado por José Roberto Lettiere, seu diretor financeiro e de relações com investidores, se inscreve na estratégia de internacionalização da Natura em mercados maduros, o qual prevê uma maior atenção a três canais, a saber, loja própria, e-commerce e presença em lojas multimarcas.
 
Desse modo, a companhia pretende dar um fim ao seu canal de vendas diretas, detentor de 1.100 consultoras em território francês, até o próximo dia 31 de dezembro de 2016. No entanto, a empresa salienta que se trata apenas de um movimento focado na França, baseado após intensos estudos no comportamento e nos hábitos de compra do consumidor local.

O comunicado deixa claro, por outro lado, que as atividades da Natura na América Latina continuam respondendo à sua evolução atual, uma região onde a gigante brasileira obtém 30% do volume de negócios do segmento cosméticos por meio de vendas realizadas por suas consultoras, o que não é o caso do mercado francês, onde esta participação representa somente 2%. Assim, a Natura afirma que "no Brasil e na América Latina, a venda direta é e continuará a ser o principal canal da companhia".
 
A Natura explica ainda que o movimento no mercado francês se dá, uma vez que percebeu que o "foco em canais mais aderentes no país ajudará a fortalecer seu negócio" em terras tricolores, além do fato de que a internacionalização da companhia se inscreve entre os objetivos centrais tendo num horizonte os próximos anos.
 
Hoje, as operações internacionais da Natura já representam mais de 30% da sua receita líquida.