Momento meditativo na Loewe
Um tempo de calma no desfile da Loewe realizada na frenética e interminável Semana da Moda de Paris.
O público fugiu da chuva e foi até à sede mundial da Unesco para assistir à apresentação da mais nova coleção da Loewe, a marca com sede em Madri, que tem Jonathan Anderson como designer.

Um discurso sobre a plena consciência na trilha sonora e um convite à meditação feito por uma jovem mulher com uma camisa xadrez e chapéu de palha, sentada em uma poltrona para ler Dom Quixote. Cópias de outros romances clássicos em seus idiomas originais, como "Madame Bovary", foram depositadas nas cadeiras dos convidados. Mas as capas desses livros foram cobertas por capas antigas da Vogue Italia, fotografadas pelo lendário Steven Meisel, responsável por todas as campanhas de Anderson para Loewe.
"Eu sugeri a Steven para escolher a capa que combinasse com o título. O classicismo está sempre lá, e você não precisa fugir dele, mas apenas mudar a capa, às vezes. De qualquer forma, gostei da idéia de republicar os livros em seus idiomas originais. Isso traz uma certa calma", explicou o estilista em um backstage concorrido.
As modelos também eram calmas, quase todas envolvidas em casacos espetaculares, como um sobretudo cinza de lã de ovelha com costura visível e linha A e uma enorme estampa em ziguezague, ou trench coats de couro na cor verde e uma jaqueta cruzada em pele de cordeiro. Muitas modelos também carregavam grandes mochilas de três bolsos, ideais para levar os livros pesados de Cervantes.
"É inverno e eu queria me concentrar em casacos e contrastes de texturas, como couro e algodão que se encontram com cetim. Trata-se de fragilidade, de trabalhar com o nosso DNA e incorporá-lo nas roupas", explicou Jonathan Anderson.
Anderson sempre aposta na excentricidade, como foi possível ver em sua série de mangas estranhas, isoladas, que mostravam a pele; ou em suas jaquetas pied-de-poule com mangas jesuítas.
Anderson sempre mantém as coisas peculiares - daí a série bizarra de alças de tecido amarrados, que expunham tons de pele, ou as jaquetas sem lapelas pied-de-poule com mangas jesuítas bem longas.
Mas o ponto forte do estilista sempre será seus vestidos, seja uma versão branca estilo professora vitoriana ou uma maravilhosas versão composta por diferentes camadas de laços.
O cenário foi, como sempre, impecável. Os convidados sentaram-se em reproduções das cadeiras Godwin, que serão vendidas na crescente rede das lojas Loewe. Ao longo das paredes havia esculturas abstratas e uma enorme lareira artesanal trazida especificamente para o desfile.
Como dissemos: calma e meditação.
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