UseFashion
25 de ago. de 2017
Moda X Representatividade
UseFashion
25 de ago. de 2017
Não é de hoje que a moda é usada como forma de expressão, e cada vez mais os consumidores estão em busca de marcas e peças de roupa que lhes tragam o sentimento de representatividade. Para esse público a estética não basta, é necessário uma identificação entre as suas causas pessoais e as da empresa. Feminismo, body positivity, diversidade de gênero, apropriação cultural... São diversas as pautas em discussão atualmente, e é necessário estar sempre ligado nos temas que vêm cativando as pessoas e o mercado.A seguir, você vai poder entender um pouco mais sobre como a representatividade na moda vem ajudando a empoderar as minorias, em busca de criar um novo cenário de respeito e igualdade. Acompanhe:
Você lembra quando Maria Grazia Chiuri encantou a todos com a sua primeira coleção para Dior, desfilada em Paris, na qual o destaque ficou por conta das camisetas com a frase "nós todas deveríamos ser feministas?". Além de trazer visibilidade mundial para o movimento através dessas peças, a estilista também vem pregando o empoderamento feminino na grife, através de projetos como o Women@Dior, que busca capacitar e dar voz a jovens mulheres.
O trabalho de Maria Grazia surge como introdução nessa matéria pois é um perfeito exemplo do que o público procura: ela fez com que o movimento feminista não ficasse apenas na passarela, e fez dele uma causa a ser defendida pela empresa. O empoderamento e a representatividade aqui vão muito além do que é visto nas passarelas, mas de marcas que carreguem o ativismo em seu DNA.
O body positivity é outra forma interessante que o mercado da moda encontrou para expressar o empoderamento. A ideia não é apenas representar diferentes biotipos em suas mídias, e sim fazer com que os indivíduos se sintam bem com seu corpo e amem a si mesmos do jeito que são. Dessa forma, é possível ver algumas marcas abolindo as manipulações visuais de suas campanhas e lookbooks, como a Modcloth, e as marcas plus size e modelos fora do padrão ganham cada vez mais espaço nas semanas de moda.
Ainda é valido citar como exemplo a grande discussão em torno da criação de tonalidades inclusivas da cor "nude", como fez a marca de moda íntima e fitness Björn Borg. Esse é um debate antigo e que ganha maior profundidade a cada dia. Atualmente, entra em jogo não apenas da cor da pele, mas também um olhar atencioso foi dedicado sobre as diferentes etnias existentes, assim como as necessidades e características de cada uma. Pensando nisso, a Balmain e a L'Oréal desenvolveram uma coleção composta por 12 batons com a finalidade de se encaixar em diversos tons de pele.
Essa preocupação com as diferentes etnias também nos leva a notar uma maior relevância das culturas que antes tinham uma menor representatividade no mercado, como as muçulmanas. Além de ganharem espaço na mídia, estrelando capas de revistas e fazendo parte do casting de desfiles de moda, suas necessidades passaram a ser atendidas por diversas empresas, como a American Eagle e a Nike, que inseriram hijabs em seu mix de produtos.
Outro resultado dessa maior representatividade de diversas etnias é a valorização das culturas locais. Dessa forma é possível percebermos que as pessoas usam as sua visibilidade para fortalecer os hábitos de suas regiões. Seja através de ativismo, como a escritora Chimamanda Adichie, que criou o projeto Wear Nigéria e apenas veste marcas de seus país, ou por meio do resgate de tradições para a criação de uma identidade visual, como vem fazendo a cantora Beyoncé. Aqui no Brasil, um exemplo é o projeto Ceará Moda Contemporânea, que
levou para o Dragão Fashion 2017 looks inspirados nos costumes do
estado.
Por fim, podemos perceber que as questões de identidade de gênero vêm sendo tratadas com mais naturalidade pelo mercado da moda. A presença de drag queens, homossexuais e transgêneros nas campanhas e capas de revistas se tornam representatividade quando deixam de aparecer apenas nos materiais de vanguarda e alcançam um público maior. Isso acontece em ocasiões como a campanhas da Chilli Beans estrelada por Pabllo Vittar, assim como a revista Marie Claire, que tem a modelo Hari Nef na capa da edição de setembro de 2017.
No cenário De Igual Para Igual, visto nas nossas últimas publicações de comportamento de consumo, você pode aprofundar um pouco mais o olhar sobre o movimento visto acima, entendendo como outros diversos segmentos também estão abordando a representatividade e valorizando relações baseadas em identificação.
Imagens: Agência Fotosite e Divulgação.
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