UseFashion
9 de nov. de 2010
Minas Trend Preview: balanço 4º dia
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9 de nov. de 2010
Ao longo da última década, no que diz respeito às coleções de inverno em outubro, já rolava uma significativa movimentação país afora, além de pedidos antecipados sendo fechados dentro de fábricas e lançamentos isolados nos showrooms. Isto até o Minas Trend Preview agrupar este burburinho e ganhar espaço, a partir de uma constatação muito simples: o calendário havia mudado.
Desde então, ficou claro que fazer antes não era mais que fazer a coisa certa. O que garante o sucesso do evento é o timming correto, e o último dia de desfile, arrematado pela Neon, trouxe coleções consistentes como a de Patrícia Motta, conferindo ainda maior solidez ao evento, hoje peça definitiva do calendário da moda nacional.
Sexta-feira, 5 de novembro
Uma
Raquel Davidowicz, da Uma, escolheu o Minas Trend para acionar nova fase. Não exatamente no estilo, mas nos negócios, confirmando uma visão do preview em Minas como ponto-chave do calendário comercial. Na passarela, calça cenoura, xadrez, casaquetos e vestidos interessantes, simulando duas peças com transparências. O tom de austeridade e contenção é a cara da marca paulistana.
Camila Klein
A presença de marcas de acessórios, bolsas e calçados no Minas Trend cria uma situação ímpar, impondo a necessidade de soluções para apresentar produtos que ocupam áreas menores e sofrem com a predominância visual da roupa. As saídas são, no mínimo, interessantes. Camila Klein optou por looks estruturados, de silhueta aguda neutralizada pelas cores nude e preto, entrando com peças grandes e de estética Art Deco sobre eles. Loulou de la Falaise, musa de YSL, figura entre as citações da designer. Como ingredientes, placas coloridas geométricas e muitos cristais.
Chicletes com Guaraná
As estilistas Barbara Maciel e Louise Christine são comunicativas, engraçadas, bem informadas e tem um gosto pela linha performática de apresentação. A roupa naturalmente acompanha a onda. É bem realizada, tem base em estruturas clássicas, e, ao mesmo tempo se arrisca em voos imaginativos. É patente a presença do humor, ditado por exageros pontuais, e que podem ser creditados aos volumes de tecido que aparecem aqui e ali.
Patricia Motta
Trabalhando com o couro associado a tecido paetizado, transparências, malhas de metal e pelúcia, a estilista afinou o tom em coleção que traduz outra alma dos anos 1970. Ligeiramente glam, marcadamente rocker e sutilmente artesanal. Antes de tudo, esta é uma coleção de peças desejáveis, apresentadas a partir de imagem de moda consistente, elegante e atual.
Alessa
Sem áreas em branco, a roupa da Alessa é pano de fundo para a estamparia que se espalha colorida e ambiciosa pelos 4 cantos da modelagem. O principal motivo fica a cargo das pedras coloridas, remontadas em uma infinidade de cores e combinações, alguns casos em rapport. Vestidos soltos, e praticamente eles, esgotam as possibilidades de cortes, e o caimento é disparado a partir de vários pontos. A marca mantém na receita o plissado e as formas amplas, enxugadas aqui e ali por uma cintura bem marcada, um comprimento mais curto e uma legging, estampada, é claro.
Neon
Cáftans, quimonos, vestidões e pantalonas são clássicos da moda que a Neon transformou em seus. A marca habita o imaginário da moda nacional com estas e outras peças, estamparia vistosa e cor forte, anulando sazonalidades para ser apenas a Neon. Encerrou a edição do Minas Trend com a encenação divertida e habitual das garotas, e com modelagens mais comerciais. É outra marca a ancorar no evento de Belo Horizonte as expectativas de vendas antecipadas. Ou melhor dizendo, de vendas na hora certa.
Fotos: © Agência Fotosite
Eduardo Motta
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