UseFashion
16 de mai. de 2011
Minas Trend Preview: balanço 2º dia
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16 de mai. de 2011
Confirmando a política de maior envolvimento dessa edição com aquilo que Belo Horizonte tem a oferecer, o 2º dia de desfiles começou cedo, racionalizando o tempo para a viagem de uma hora até o Centro Cultural Inhotim. Sobre o gramado impecável e ao lado do Magic Square, um penetrável do Hélio Oiticica instalado a céu aberto, público e profissionais tomaram banho de sol e assistiram a 3 desfiles. O roteiro previsto incluía ainda uma visita guiada pelo impressionante acervo de arte contemporânea do local. Mais desfiles aconteceram à noite, entre eles o da Mary Design, e um pouco de todos eles você acompanha agora.
GIG
A Gig, estreante nas passarelas do Minas Trend, tem nome-sigla que abrevia a assinatura de Gina Guerra. A marca encorpa a lista do "tricô mineiro" e adota estilo entre o contemporâneo e o clássico com decotes profundos, brilhos metalizados de lurex, desenhos em jacquard e tricôs leves que formatam a coleção. Ajustes na cintura e modelagem evasê nos vestidos de tricô de fundo retrô definem o corpo. A modelagem reta é usada para valorizar texturas e outros efeitos tridimensionais que a técnica permite e GIG sabe explorar.
Patrícia Motta
A manhã ensolarada na passarela montada no Inhotim, em Brumadinho, contribuiu para valorizar a cartela colorida e a ginga dos longos tropicais da estilista Patrícia Motta, em coleção batizada de "Jardim". Tudo no melhor espírito seventies e direcionado para dar leveza ao material base do trabalho dela, o couro, manipulado com sobreposições, recortes estratégicos e belos vazados a laser em motivos de flores e borboletas. Mix racional, além de inteligência e sensibilidade nos recursos que promovem a adequação do couro para o verão, sustentam a proposta e confirmam as expectativas positivas em torno da marca.
Vivaz
Tem coisas que não precisam ser exatamente novas para encontrar seu lugar ao sol. Vivaz apresentou moda festa vaporosa, com leitura de elementos naturais traduzida em tecidos leves. O trabalho é precioso, e requer atenção aos detalhes para fazer todo o sentido. O resultado é bonito, daquele jeito anacrônico e excessivo que a moda festa costuma ter. E agrada pelo mesmo motivo. A silhueta e as tonalidades têm alma vintage, referindo-se aos anos 1950, evidente nos recursos de moulage e degagê, nas saias evasês, cinturas desenhadas, decotes retos e cores suaves com nomes de rosa, erva e baunilha.
Mary Design
Praticamente tudo que Mary Arantes idealiza para sua marca de acessórios, a Mary Design, vira objeto de desejo quando vai para o mundo. Garotas de todas as idades cobiçam os anéis, brincos e colares que nunca parecem dispostos a nos oferecer o previsível, apenas o extraordinário. Ainda que em pequenos formatos e em materiais banais. Para o desfile de quinta, dia 12, no Minas Trend Preview, ela apresentou grandes colares e pulseiras. Flores, pregadores de roupa, contas sabe-se lá de que, fitas, rendas e um sem fim de pequenas coisas estão entre os elementos que Mary Arantes orquestrou em apresentação conduzida pelo engenho e pela emoção.
Patogê
Patogê é outra marca jeanswear a entrar na fila dos anos 1970. Faz coro com outras que já passaram por aqui, vide DTA e mesmo Cavalera. Onde está a diferença? Certamente no sotaque tropical mais acentuado e no abrasileiramento da referência. É aquele acervo do colorido forte, do macacão, da bata e do handmade de acordo com o que se usou por aqui na época. Menos Califórnia, mais Rio e litoral da Bahia.
Chicletes com Guaraná
Japonismo de raiz, ou seja, aquele do repertório de quimonos, obis, samurais, palito no cabelo, estamparia típica e outras associações técnicas e visuais recorrentes a largada para a proposta da marca Chicletes com Guaraná. Na sequência, dobraduras tipo origami e uma depuração maior aliviam o peso literal da tradição com alguma geometria.
Blue Banana
A bússola fashion teima em apontar para uma só direção. De acordo também com o desfile da Blue Banana, não há como escapar do que foi boa parte da antimoda internacional no fim dos anos 1960 e durante a década de 1970, e a moda brasileira nos 1970. Assim como, a esta altura, parece impossível não usar a palavra da qual todos gostariam de fugir na temporada. É moda hippie sim. A mesma das estampas coloridas, tie-dyes, longas saias e vestidos levados por garotas de cabelo natural. A referência é pertinente, mas funciona melhor nos momentos em que é traduzida pela Blue Banana para o calendário atual.
Chou Chou
Comprimentos curtos com hot pants, shorts e saias curtas, mais acento pop nas estampas e nas cores vivas dão o tom da coleção Chou Chou. Um ombro só nas malhas soltinhas, partes superiores ajustadas e saia dupla de tecido e tule no vestido. Além de outras graças, sem enveredar por complexidades. Para garotas. Mesmo!
Alessa
Fiel a si mesma, nos amplos vestidos e na estamparia vistosa, Alessa incorporou algum brilho e passou com a leveza tropical e festiva que é dela. O que significa sem complicar a modelagem, marcando apenas a cintura e liberando os movimentos em muitos metros de tecido. Coube a ela fechar o 2º dia.
Fotos: © Agência Fotosite
Eduardo Motta
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