Milão: uma semana da moda intensa espalhada pela cidade
A moda volta fisicamente à Milão após duas temporadas no digital. Enquanto o centro da cidade está uma vez mais cheio de turistas animados pelo movimento incessante, a cidade recebe de 21 a 27 de setembro a fashion week, que regressa em força ao formato físico, para apresentar as coleções de moda feminino para a primavera-verão de 2022. Nada menos que 173 eventos estão anunciados num programa ultra denso, que também contará com uma pequena parte de apresentações digitais.

Mais do que nunca, esta edição será estendida por toda a cidade, do centro histórico às zonas periféricas, entre 63 desfiles, 42 dos quais presenciais, 75 apresentações e 33 eventos, como projetos especiais, aniversários, inaugurações de lojas, festas e outros acontecimentos… As medidas sanitárias têm, de fato, forçado as casas a organizar os seus eventos em lugares novos, mais espaçosos, muitas vezes inéditos e localizados nos limites da metrópole.
Por outras palavras, será necessário percorrer quilómetros. Assim, a Jil Sander, que acaba de ser adquirida pela OTB, que volta na quarta-feira, dia 22, às passarelas milanesas após uma passagem por Paris, se muda para um "local exclusivo" em novo bairro no leste de Milão. A Etro se move para o sul, em um enorme espaço industrial reconvertido. A mesma escolha para a Missoni, mas no extremo norte, no popular bairro de Bovisa. Mais uma vez, no extremo sul de Milão, a Sunnei promete "uma experiência extrema". A MSGM optou pelo novo parque que faz fronteira com a estação Garibaldi, enquanto Francesca Liberatore alugou um cinema histórico em Milão.
A semana da moda milanesa começa cesta terça-feira, 21 de setembro, com uma série de eventos, entre duas conferências dedicadas à moda eco-sustentável, a inauguração do Fashion Hub da Camera della Moda (CNMI), que recebe as coleções de jovens talentos do made in Italy e a grande soirée organizada pela Benetton para apresentar a coleção produzida com o seu novo embaixador, o rapper ítalo-tunisino Ghali.
No dia seguinte, quarta-feira, 22 de setembro, começa a maratona de desfiles com o desfile coletivo e digital "Black Lives Matters in Italian Fashion" que vai reunir cinco talentos imigrantes. A seguir, Fendi, N°21, Jil Sander e Roberto Cavalli, que tem, desde fevereiro de 2019, feito o seu grande regresso às passarelas milanesas, sob a direção artística de Fausto Puglisi. Os demais grandes nomes do made in Italy marcarão presença com desfiles presenciais (Max Mara, Armani, Prada, Tod's, Marni, Dolce & Gabbana, etc.) ou vídeos transmitidos no site da CNMI (Dsquared2, Antonio Marras, GCDS, Emilio Pucci e Philipp Plein, entre outros).

Entre os retornos importantes neste calendário, além de Cavalli e Jil Sander, está também o da Moncler, no dia 25, com o seu projeto Genius, que desta vez se transforma em "Mondogenius" com uma performance ao vivo e digital animada depois em Milão pela cantora Alicia Keys em conexão com Xangai, Tóquio, Seul e Nova Iorque. A última vez que a marca apresentou as coleções do seu coletivo de designers na fashion week milanesa foi em fevereiro de 2020.
A Prada também promete uma experiência única com um desfile duplo que irá decorrer simultaneamente em Milão e Xangai. A Versace, que em março se posicionou fora do calendário com um vídeo, reintegra por sua vez o programa milanês com um show presencial na noite do dia 24. Assim como a Boss, que não participou em fevereiro, ou a Shi.rt, a nova marca de Tommaso Aquilano e Roberto Rimondi, e a talentosa sul-africana Sindiso Khumalo, finalista do Prémio LVMH 2020, que não estiveram na temporada de inverno após ambos se terem estreado em Milão em setembro de 2020.
A semana vem ainda enriquecida com novos nomes interessantes. Por exemplo, um trio de jovens designers africanos: Joy Ijeoma Meribe, estilista da Nigéria radicada em Parma, onde fundou a sua marca Joy Meribe em 2017, desfilará pela primeira vez no dia 22; a Maison Alvine Demanou, da estilista camaronesa homônima com sede em Veneza, apresentará a sua coleção digital na segunda-feira, 27, assim como o nigeriano Lagos Space Programme. Este último fez sua estreia digital em Milão em janeiro no calendário masculino e agora passa para o nicho feminino.
A estes novos nomes juntam-se a marca italiana Vitelli, criada em 2016 por Mauro Simionato, influenciada pelas subculturas que, apoiado por Giulia Bortoli, revisita de forma brilhante o tricot 100% italiano na moda contemporânea, assim como a marca Hui, fundada pela designer chinesa Zhao Huizhou. Depois de ter desfilado várias vezes em Milão, a designer, que protege o legado e as técnicas tradicionais e ancestrais chinesas através da sua fundação Hui, integra o calendário oficial.Também faz a sua estreia a histórica marca italiana Luisa Spagnoli, que organizou um grande evento-espetáculo em Milão em setembro de 2018 para comemorar o seu 90.º aniversário.

Entre os grandes ausentes está a Moschino, que desfilou em Nova York no dia 9 de setembro, a Valentino, que reintegra o calendário parisiense, e a Gucci, que optou por apresentar a sua coleção em Los Angeles em novembro. No entanto, a marca italiana promete um evento muito especial em Milão no dia 25 de setembro no Arco della Pace sob o misterioso tema "Vault" (cofre), tendo até criado um site dedicado a este projeto ultras secreto, que tem gerando buzz desde o verão.
Por outro lado, quinze marcas desapareceram do rico programa de desfiles digitais de fevereiro, incluindo promissores novos talentos que teríamos gostado de conhecer melhor nesta temporada através de desfiles físicos, como Alessandro Vigilante, Christian Boaro e a sua marca CHB, Giuseppe Buccinnà, etc. Alguns destes estarão, no entanto, presentes através de apresentações. Vale mencionar ainda a chegada ao calendário oficial de apresentações de doze novos nomes: Cormio, Quira, Andreadamo, Defaince by Nicola Bacchilega, Roberto Di Stefano, Aniye By, Iuri, Traffico, Radica Studio, Airin Tribal e ATXV.
A semana também será animada por inúmeros eventos paralelos que trazem a habitual efervescência da Milano Fashion Week ao coração da cidade, com desfiles (Maryling, John Richmond, Mario Dice, Ramzen), apresentações como a da Bikkembergs com artistas de rua, o lançamento da linha de eyewear da Brunello Cucinelli, inaugurações de lojas, inclusive a tão esperada da Ferrari. Sem esquecer as festas ou jantares organizados por algumas marcas, as comemorações dos 20 anos da coleção Nudo da Pomellato, os 40 anos da Emporio Armani, os 60 anos da marca de óculos Marcolin e os 50 anos de carreira de Chiara Boni, bem como inúmeros projetos organizados pela CNMI em nome da sustentabilidade ou a favor da criação jovem.
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