Dominique Muret
8 de fev. de 2017
Michael Kors continua a recuar no terceiro trimestre
Dominique Muret
8 de fev. de 2017
A Michael Kors se inscreve ainda em recuo no terceiro trimestre do seu exercício em curso. Nos nove primeiros meses do exercício fiscal 2016-17, encerrado a 31 de dezembro, o volume de negócios da marca de luxo acessível americana atingiu os 3.42 bilhões de dólares (10.67 bilhões de reais), diminuindo 2,4% (-2,3% fora efeitos de câmbio). O lucro líquido ficou em 579 milhões de dólares (1.806 bilhão de reais), caindo 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os números semestrais publicados pela Casa de Moda.
Apenas no terceiro trimestre do seu exercício, o volume de negócios caiu 3,2%, indo a 1.35 bilhão de dólares (4.21 bilhões de reais), enquanto o lucro líquido mergulhou 8%, alcançando 271,3 milhões de dólares (846,2 milhões de reais). Esses resultados são apresentados como estando "em linha com as nossas expectativas" para John Idol, CEO da empresa, que se diz satisfeito com "a boa resposta dos consumidores em relação aos nossos sites de e-commerce na Europa".
Mas eles, de fato, impelem a empresa a rever os seus objetivos para baixo para o acumulado do exercício, como ela aponta em seu comunicado. A etiqueta americana mira agora um volume de negócios situado em torno de 4.48 bilhão de dólares (13.97 bilhões de reais) contra os 4.55 bilhões de dólares com os quais ela contava no trimestre anterior.
O dirigente do grupo se diz "decepcionado", em particular, pelo recuo trimestral das vendas em base comparativa nas lojas da marca norte-americanas e europeias, sem revelar mais números.
"Acreditamos que os ventos contrários nesses mercados seguirão ao longo da temporada para a primavera [Hemisfério Norte]", adverte o CEO, apresentando, entre outras coisas, "a redução do movimento nos centros comerciais, a flutuação das divisas, a incerteza que cerca algumas mudanças políticas nos países europeus".
As vendas líquidas nas lojas monomarcas avançaram no trimestre 9,2%, ascendendo aos 836,2 milhões de dólares (2.608 bilhões de reais), mas unicamente graças à Ásia, onde o volume de negócios foi multiplicado por quatro – região com grande potencial para a marca, como bem o sublinhou o dirigente –, enquanto as vendas declinaram ligeiramente na América e na Europa.
Essas vendas líquidas foram puxadas, na realidade, pela abertura de 193 butiques em um ano, das quais 143 lojas recuperadas depois da retomada do controle das vendas na Grande China e na Coreia do Sul, aponta o grupo. Porém, em base comparativa, o volume de negócios caiu 6,9% entre outubro e dezembro de 2016.
São as vendas no tacado que resultaram principalmente em um menor volume de negócios do grupo, assim como a queda dos royalties ligados às licenças. No último trimestre, as vendas no atacado caíram assim 17,8% (-17,5% fora efeitos de câmbio), indo a 473,1 milhões de dólares, enquanto as licenças trouxeram à marca 43 milhões de dólares, ou seja, uma queda de 23% do segmento.
Face a um mercado americano saturado que sofre, o qual segue como o principal ponto de desembocadura para a Michael Kors, com um volume de negócios trimestral de 983,8 milhões de dólares, a Ásia segue como o destino mais dinâmico para a marca, uma vez que a região registra uma clara melhoria graças à aquisição das suas lojas em várias regiões. A Europa representa, por sua vez, um mercado muito mais importante, com um volume de negócios de 256,7 milhões de dólares.
O grupo cotado em Waal Street totaliza 816 lojas e concessões contra 623 no mesmo período do ano anterior. Levando-se em conta pontos de venda sob o sistema de franquia, a grife contabiliza 944 butiques no mundo em 31 de dezembro de 2016.
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