Max Mara Cruise: Local Color reivindica sofisticação
Atualmente há um grande debate no mundo da moda. Após a pandemia, as mulheres buscarão elegância e sofisticação ou optarão pelo conforto? Ian Griffiths, diretor criativo da Max Mara, está convencido de que elas escolherão o caminho da distinção e da elegância.
Sua coleção Cruise 2022 para a Max Mara, apresentada na noite de terça-feira (29 de junho) no hotel mais famoso da Itália, o Mezzatorre, situado na bela ilha de Ischia, foi um hino aos Swans (Cis- o lendário grupo de amigas belas e ricas de Truman Capote: Slim Keith, Lee Radziwill, Gloria Guinness, Babe Paley, CZ Guest e Marella Agnelli. As mulheres que inspiraram "Bonequinha de Luxo" e cujo estilo patrício único, de ser "uma obra de arte viva", como disse Capote, deixaram um legado duradouro na moda.
Buscando inspiração para sua coleção de 2021, a primeira após o lockdown, Griffiths recapitulou alguns de seus romances favoritos e descobriu que Capote havia passado uma primavera em Ischia. Quatro meses, nos quais ele viveu em uma "pensione" a oeste de Mezzatorre, na aldeia de pescadores de Forio, relatados no seu terceiro livro, "Local Color". Daí o título da coleção.
Assim, a coleção e o desfile mantiveram um equilíbrio sutil entre a simplicidade honesta da vida na ilha e a sofisticação dos Swans, que iam duas vezes por ano a Paris para a temporada da Alta-Costura: “almoçar no Ritz e jantar no Maxim's", disse Griffiths.
O resultado foi uma coleção Cruise bastante sofisticada. Muitas vezes, as coleções de Cruise são reduzidas a algumas propostas de vestidos cocktails e maiôs para mulheres exibidas como troféus. Não é o caso de Griffiths e sua coleção para a Max Mara, na qual as silhuetas são refinadas e lisonjeiras, criadas para mulheres com vidas profissionais ativas.
Nesta coleção, Griffiths apresenta novas versões do casaco trespassado clássico 101801 da Max Mara, desta vez em malha tecnológica. "Por isso, ele não amassa como quando o leva em uma uma viagem. É isso que é um bom design", destacou Griffiths.
O estilista ainda criou Griffiths vestidos cocktails com gola alta, vestidos de cintura alta e babados, e blazers com franzidos nas costas.
Seu look mais sensacional foi um casaco com gola alta na cor bege, com acabamento em capa. Como a maioria das propostas, foi acompanhado de alpergatas e sandálias esportivas que reforçavam a sensação de conforto.
Assim como os Swans de Truman, a opulência está na simplicidade, no estilo de vida com comida simples, como o espaguete compartilhado entre amigos, com um molho feito com tomates frescos da região.
As colinas e falésias de Ischia estão cobertas de gerânios, assim como os canteiros de flores de um dos hotéis favoritos dos Swans, o Plaza Athenée em Paris. É por isso que uma das principais estampas de Griffiths foi os micro-gerânios vistos nas longas túnicas da socialite italiana Marella Agnelli – The Last Swan (O Último Cisne) – casada com o presidente e acionista da Fiat, Gianni Agnelli.
Fora isso, não vimos quaisquer enfeites superficiais ou bordados frequentemente associados às coleções de alta-costura. “Esta coleção gira em torno de peças que cumprem uma função, e não em mostrar que a pessoa vai viajar", frisou o estilista.
Em outra conexão com a sofisticação dos anos 50, Max Mara pediu a Ginevra Elkann, a neta de Marella, para gravar o vídeo do desfile, e as câmeras drones pairaram ao pôr do sol sobre a passarela de pedra, a enseada verde e um mar Mediterrâneo escuro de vinho durante o desfile.
Formada em Cinema, Ginevra Elkann fará a estreia do vídeo de Max Mara na quinta-feira (1º de julho), com estreia marcada na televisão nacional italiana.
Devido à Covid-19, apenas cerca de 90 convidados compareceram ao desfile, que começou com a chegada de barco das modelos ao cais do Mezzatorre ao pôr-do-sol. E não qualquer barco, mas o mesmo modelo de veleiro de 43 pés usado no filme "O Talentoso Mr. Ripley", de Anthony Minghella (1999); a história sombria de vida auto-indulgente e do assassinato entre ricos expatriados americanos, que foi filmado em Ischia e conta com Gwyneth Paltrow, Matt Damon e Jude Law entre os protagonistas.
Apoiada por uma trilha sonora memorável do DJ nova-iorquino Johnny Dynell, incluindo a canção 'Una Notte a Napoli', com letra de Alba Clemente, que compareceu ao desfile e ao jantar com o marido, o mestre da pintura neo-expressionista Francesco Clemente.
Dynell atuou como DJ em uma festa pós-jantar, ao redor da piscina, enquanto o equivalente às Swans da atualidade, as influenciadoras Caroline Daur, Xenia Adonts, Alexandra Pereira, Leonie Hanne e a brasileira Camila Coelho dançavam. Um momento em que reinava uma surpreendente sensação de liberdade e joie de vivre, enquanto as pessoas desfrutavam da simplicidade de algumas danças divertidas.
Enquanto, antigamente, as Swans eram as belas esposas de banqueiros e industriais ricos, hoje em dia, as Swans do Instagram contratam os próprios maridos para serem os seus fotógrafos nas redes sociais.
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