
Audrey Bazanella
14 de abr. de 2023
Mary Quant, ícone da moda dos anos 60, morre aos 93 anos

Audrey Bazanella
14 de abr. de 2023
Mary Quant, uma figura-chave dos Swinging Sixties, a revolução cultural que ocorreu no Reino Unido e influenciou o mundo na década de 1960, morreu em 13 de abril aos 93 anos em Surrey, Inglaterra.

Nascido em 1934 ao sul de Londres, filha de pais galeses, a estilista britânica é conhecido por popularizar a minissaia, ou mesmo por inventá-la, segundo alguns. No entanto, este título é debatido, com alguns atribuindo a peça icônica ao francês André Courrèges. Dito isso, uma coisa é certa: com seu espírito visionário, Mary Quant fez parte da revolução da moda feminina.
No início dos anos 1950, Mary Quant estudou ilustração na Goldsmiths University, uma área na qual seus pais não viam futuro. Foi lá, porém, que ela conheceu Alexander Plunket Greene, que se tornaria seu marido e teria uma influência decisiva em sua carreira.
Em 1955, o casal, junto com seu amigo Archie McNair, abriu uma loja na King's Road de Londres chamada Bazaar. Quant era responsável pelas compras, Plunket Greene pelo marketing e McNair pelo lado jurídico do negócio.
A Grã-Bretanha acabava de sair da austeridade do pós-guerra e esta concept store vanguardista, que combinava moda, arte, música e um bar, tornou-se rapidamente um ponto de encontro de artistas da moda. Dizem que os Beatles, Audrey Hepburn e Brigitte Bardot se conheceram lá. Mas também era um ímã para as jovens comuns que adotaram uma abordagem mais descontraída para se vestir, mesmo antes da invenção da minissaia.
Diante do sucesso, abriram uma segunda loja em 1957 (redecorada em 1964 por Terence Conran, fundador da marca Habitat). Ele, assim como Quant, com seu corte de cabelo Vidal Sassoon, sintetizou o estilo jovem e a criatividade dos anos 1960.
Em meados da década de 1960, o trio tinha três lojas, onde Mary Quant começou a apresentar seus designs, incluindo o macacão curto e a capa de chuva vermelha de plástico com gola branca. No final da década, sua marca homônima foi exportada para os Estados Unidos e vendida nas lojas da JC Penney. Com seus designs, Mary Quant queria atrair um público mais amplo e lançou o The Ginger Group para o mercado britânico, uma marca mais acessível usada, entre outras, pela modelo Twiggy.
Marketeira talentosa e vanguardista na escolha dos materiais, a designer britânica ampliou a sua oferta com moldes DIY, sapatos em PVC e lingerie e meias em lycra. Em 1966, ela lançou uma linha de cosméticos com o logotipo de uma flor, a margarida. Com o passar do tempo, o nome de Mary Quant desapareceu do cenário da moda, mas não da beleza.
Qualquer um que se lembre dos anos 60, 70 ou início dos anos 80 provavelmente já teve uma paleta de maquiagem ou batom Mary Quant, e a marca teve uma influência quase tão grande no mercado de maquiagem jovem quanto teve na moda.
Em 2000, o nome Quant foi comprado por uma empresa japonesa que continuou a operar a linha de maquiagem Mary Quant.
"RIP Dame Mary Quant. Uma líder da moda, mas também do empreendedorismo feminino - uma visionária que era muito mais do que um ótimo corte de cabelo", escreveu no Twitter a ex-editora da Vogue, Alexandra Shulman.
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.