Mary Katrantzou fala em Dubai sobre sua experiência
O principal desafio em dirigir uma marca de moda é supervisionar as equipes de forma eficaz. A solução mais inteligente, de acordo com Mary Katrantzou, é ouvir a opinião de cada um, incluindo os estagiários. A designer grega participou de uma conferência no primeiro dia do Fashion Forward Dubai (FFWD), onde respondeu às perguntas de uma grande audiência.

"Eu era muito ingênua quando comecei. Eu disse a meus pais que não venderia sequer uma peça da minha primeira coleção. Eu queria afirmar um ponto de vista artístico sem me preocupar com o aspecto comercial. Eles me perguntaram de que servia criar roupas se ninguém as usasse", disse Katrantzou a uma audiência de 200 participantes no Dubai Design District.
No fim, para sua surpresa, ela recebeu uma grande quantidade de pedidos, provenientes de Londres e até Hong Kong. "Eu tive que crescer muito rápido, corrigir os problemas de logística e produção. Conseguir uma remessa ou terminar um pedido em menos de 30 dias foi bastante difícil", confessou a estilista grega, que conversou com Ghlizlan Guenez, fundador do portal de comércio eletrônico The Modist, durante um painel moderado pelo jornalista de Dubai, Ritu Upadhyay.
Katrantzou criou sua marca própria em 2008, com um estilo único e imediatamente reconhecível, baseado em estampas trompe l'oeil, frascos gigantes com pedras preciosas e motivos arquitetônicos. Em 2011, ela foi premiada com o British Fashion Award na categoria "Emerging Talent” (Talento Emergente), antes de receber, em 2015, o prêmio Vogue/BFC Fashion Fund, com 200.000 libras (225.690 euros).
Katrantzou pensou por um longo tempo que seu estilo gráfico se limitava a uma pequena categoria de conhecedores. "Mas desde que meus projetos se tornaram bastante amplos e fáceis de usar, meu estilo se democratizou rapidamente", reconheceu a designer.
Segundo ela, suas associações com outras marcas lhe permitiram progredir rapidamente. Katrantzou criou roupas e calçados com estampas caleidoscópicas para a Adidas, jaquetas ultra-largas para a Moncler, e bolsas com tecido estampado de orquídea para a Longchamp.
"Para ser sincera, quando não sei muito sobre um novo produto ou uma categoria que me interessa, trabalho com uma grande marca que conhece muito mais do que eu", explicou.
Ela também ressaltou que sua marca ultra-colorida e cheia de estampas foi lançada em meio a uma tendência muito minimalista. "Se eu tivesse seguido o mercado, eu não teria criado uma coleção sequer". Hoje ela distribui suas roupas em mais de 280 pontos de venda.
Curiosamente, de sua parte, Katrantzou só se veste de preto. "Isso me dá um aspecto mais sóbrio. O único momento em que uso cores é durante as férias, então fico fluorescente".
Quanto às redes sociais, a designer afirma que seu perfil no Instagram ainda é muito pessoal. "Eu adoro tirar fotos de mulheres independentes, especialmente aquelas com um estilo de se vestir empoderador".
Katrantzou disse que recentemente conheceu uma mulher que contou que foi convidada para o jantar dos Correspondentes da Casa Branca, no qual ela usou um vestido estampado Katrantzou, que culminou três meses depois com o casamento com a pessoa que a levou para a ocasião/encontro. "Isso trouxe lágrimas aos meus olhos", disse a designer. "Mary, você poderia nos ajudar a encontrar esse vestido?”, brincou a moderadora Upadhyay, provocando um enorme riso na plateia.
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.