O top fotógrafo peruano foi o primeiro a falar e Suzy Menkes o apresentou como “Super Mario”, e foi logo dizendo que a primeira impressão que se tem dele é que “sua vida é uma festa”. Mario contou que aos 14 anos de idade já vinha ao Brasil passar férias e por isso se sente em casa. Trabalhando com moda há 30 anos, revelou alguns fatos da sua trajetória.

Testino disse que o fotógrafo tem que estar à frente do seu tempo - Foto:Getty Images

Afirmou que o fotógrafo de moda está entre a arte e o comercial, e que ele faz uma análise sobre a marca para não fugir de seu DNA nas fotos e/ou imagens para a campanha. E relembrou a reacionária campanha dos anos 90: “Tom Ford me passava a imagem que queria. Para mim Gucci é a riqueza norte-americana casada com tradição italiana. Então escolhi uma casa que parecesse uma casa de avô e que, em sua ausência, os netos fizessem a festa.” Mas demorei um tempo para convencê-los...

Portraits da Família Real: “O mais incrível de fotografar Lady Di não era o fato de ela ter uma coroa, ser uma princesa mas de ser uma pessoa real, de verdade, então tentei demonstrar seu lado humano. O mesmo aconteceu com o príncipe William e Kate Middleton. Todos estavam nervosos, inclusive eu. Mas senti o amor do jovem casal. Eu crio uma cena perfeita e a desconstruo.”

Sobre a nossa mascote do glamour brasileiro Gisele Bündchen, segundo Suzy: “Eu acho estranho dizer que descobri Gisele. Mas eu comuniquei ao mundo quem ela era, tudo o que ela tinha. O mundo brilha no Brasil e ela tem essa personalidade, essa energia. No começo ninguém a queria nas revistas e tinha outras modelos mais bonitas que ela. Eu impunha minha vontade: se não for ela, eu não fotografo. É preciso usar seu poder de vez em quando. Foi uma percepção que eu tive pois o fotógrafo precisa estar a frente do seu tempo.”

E falando em estar no lugar certo na hora certa, ele acaba de se instalar na cidade. “Agora é a hora da América do Sul, de estar aqui, por isso estou com escritório em São Paulo. Quis trazer minha expertise para cá. O Peru é muito convencional e não tem as mesmas oportunidades do Brasil. Quando fui para a Inglaterra nos anos 70 eu tinha tantas referências que precisei descobrir quem eu era e isso levou algum tempo.”

Terminou sua entrevista fotografando a plateia.

Márcia Lencioni