Mão de obra está em falta no setor calçadista

O ano de 2010 tem sido, até aqui, de pura comemoração para a indústria calçadista. O fim da crise econômica mundial, a retomada das exportações e a efetivação do antidumping sobre o calçado chinês têm devolvido ânimo à rotina do setor. Com isso, a tradição de contratações de um dos segmentos mais intensivos em mão de obra do país tem sido reforçada. Somente de janeiro a maio deste ano, foram gerados 34,3 mil novos postos de trabalho, resultando em 354,2 mil vagas nas indústrias de calçados. Em igual período do ano passado, a estatística correspondia a 320 mil postos.

A previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) é que o setor chegue à marca histórica de 400 mil empregos ainda este ano. O movimento de contratações vem alicerçado na previsão de aumento da produção em 5,5% neste ano, somando 858 milhões de pares. As indústrias e os centros de formação profissionalizantes, entretanto, têm tido dificuldades para encontrar mão de obra, e não necessariamente qualificada. Com a necessidade imediata de contratações, a opção tem sido absorver a mão de obra disponível e, aos poucos, formando-a de acordo com as necessidades de cada empresa e polo produtor. Placas em frente às fábricas de “há vagas” e anúncios de “seleciona-se” voltaram a ser rotina em polos tradicionais.