LVMH faz da Itália sua fábrica de luxo
A LVMH está muito interessada na Itália. Após inaugurar, em março, a maior fábrica de joalheria da Europa, a nova fábrica da Bulgari, construída em Valenza, na região do Piemonte, o gigante de luxo está se concentrando na Toscana, onde tem planos de expansão para suas fábricas da Fendi e Céline. O grupo também anunciou a construção de uma nova unidade de produção em Longarone, na região nordeste da Itália.

"Esta fábrica será a nossa 24ª na Itália. Trata-se de um estabelecimento que será concluído e estará operacional no início de 2018. Ele está sendo construído com a Marcolin, nossa parceira na fabricação de óculos, através da joint-venture Thelios, a qual detemos 51% de participação. Vamos começar com a produção das coleções de óculos da Céline", disse o vice-presidente executivo da LVMH, Antonio Belloni, às vésperas da cerimônia de abertura do programa de formação profissional do grupo na Itália, o "Institut des Métiers d’Excellence”, IME, (Instituto dos Ofícios de Excelência), em Florença.
"Produzimos na Europa 90% da nossa oferta, e mais de 80% dela é vendida além das fronteiras européias. Grande parte desta produção é feita na Itália", disse o executivo, lembrando que a LVMH emprega 8 mil pessoas na península, 1.000 delas contratadas em 2017, além de contar com 220 lojas na região, bem como pelo menos sete marcas "transalpinas" em seu portfólio (Emilio Pucci, Bulgari, Fendi, Loro Piana, Acqua di Parma, a fabricante de calçados Rossimoda, e os cafés Cova).
O líder mundial em luxo investiu nos últimos anos, entre 2012 e 2016, 100 milhões de euros ao ano na Itália. Um investimento que aumentou para 150 milhões em 2017 e deve continuar nos próximos anos com muitos novos projetos.
Em Florença, Antonio Belloni confirmou a expansão da fábrica de artigos de couro da Céline em Radda in Chianti, que será construída em 2018 e começará a operar em 2019. “Primeiro daremos um salto com qualidade, com muitas contratações. A equipe de funcionários vai passar de 130 para 380-400 pessoas”, informou o gestor.
A outra iniciativa diz respeito à Fendi, que tem 350 contratações planejadas, além da construção de uma fábrica especializada em artigos de couro em Bagno a Ripoli, próximo à Florença, onde o grupo acaba de adquirir um espaço de 90 000 m2. A fábrica será destinada, principalmente, ao desenvolvimento de produtos e protótipos. Também está previsto um espaço dedicado à peles exóticas. A produção deverá começar no verão de 2019.

Também na Itália, em 2018, a sede da Loro Piana mudará de endereço em Milão, para se instalar nas antigas instalações do jornal Corriere della Sera, na Via Solferino, enquanto em Florença a LVMH quer valorizar ainda mais o palácio Pucci, detido pela família fundadora da marca, para torná-lo "um centro de atividades para o grupo", além de abrir o local ainda mais para o público. Além dos arquivos de Emilio Pucci, este suntuoso palácio abriga atualmente a sede italiana do Institut des Métiers d’Excellence.
Antonio Belloni deu a entender que outros projetos importantes estão sendo estudados para as fábricas do grupo na Itália, mas não deu mais detalhes. Louis Vuitton pode ser a próxima marca na lista.
Quanto às previsões para 2018, o gigante do luxo, que teve um aumento de 14% em suas vendas para 30,1 bilhões de euros nos primeiros nove meses do ano, pretende "fazer um pouco melhor que em 2017'. "Vamos continuar fazendo um bom progresso, sempre levando em consideração alguns fatores geopolíticos de risco, bem como um euro um pouco menos favorável", concluiu Belloni.
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