Lola Rykiel abre loja de estreia em St. Germain

Membro do clã Rykiel, Lola Rykiel estreia a sua primeira boutique em Paris na terça-feira, 1º de junho.

Nomeada Pompom Paris, a primeira loja de Lola fica, mais bien sûr, no coração espiritual da falecida avó Sonia Rykiel, na Rive Gauche de Paris, em Saint-Germain-des-Près. A avó, que se tornou popular na década de 70, também tinha uma loja no mesmo espaço.

Com uma mistura de comodidade francesa e estilo livre do centro de Nova York, a boutique de 30 metros quadrados está localizada no número 8 da rua de Grenelle, na esquina da histórica sede de Sonia Rykiel, no Boulevard Saint-Germain.

"Tudo o que está aqui é quase como a roupa que eu desejei que a minha avó desenhasse. Eu estava frequentemente com a avó e dizia, 'porque não faz isso em cor-de-rosa, com mais lantejoulas ou cristais?' Mas a minha avó, que era tão sofisticada, respondia 'não, não, não', às minhas ideias de adicionar um pouco de Juicy Couture à mistura!" ri a última construtora de marcas do clã Rykiel.

Durante a pandemia, a loura Lola tornou-se mãe, com a chegada da sua filha Billie, agora com nove meses. Sua mãe, Nathalie, é morena e Sonia era a ruiva mais famosa de Paris. Três cores que marcam a diferença em três gerações.

Esta segunda filha de Nathalie, Lola, é muito parisiense, tendo estudado na École Alsacienne – o famoso liceu do 6.º arrondissement fundado em 1874 – para a jeunesse dorée ou caviar gauche, o que significa juventude dourada ou coquetes socialistas.

Há dois anos, Lola estreou a sua primeira coleção, com ênfase na sagacidade e atitude e em frases como 'Fragile et Forte' e 'Spiritual Bimbo'. A avó de ascendência judia de mãe russa e pai romeno geralmente é creditada por ser a primeira designer a tecer guiões para as coleções de moda apresentadas em passarelas.

Já Lola vende no varejo calças de veludo a cerca de 250 euros; sweatshirts a 310 euros e tops de strass ou casacos estilo zebra com lantejoulas a 700 euros.

"O DNA é uma jovem francesa, que viaja (ou costumava viajar) e não se leva muito a sério. Não é uma vítima; não tem medo de brilhar, e também está preparada para vestir algo mais masculino", explica Lola, que até idealizou uns calções de veludo modelados a partir dos que pediu emprestados ao marido.

Depois do liceu, Lola passou 10 anos em Nova York, vivendo no Bowery, e estudando dança com a famosa bailarina e coreógrafa Martha Graham, nada menos do que isso. Mais tarde, a sua casa tornou-se a da diretora de relações públicas da Rykiel nos Estados Unidos. Para se preparar, em 2011, Lola fez estágios de um mês em vários departamentos da Sonia Rykiel (design, contabilidade, produção e relações públicas), aperfeiçoando as suas capacidades empreendedoras.

Agora, de volta à França, Lola vive atrás do Café de Flore, famoso por ser frequentando por importantes intelectuais e artistas, onde Sonia teve até um espaço de sanduíches com o seu nome. Após a morte de Sonia Rykiel em 2016, a maison entrou em decadência, passando para o controle de investidores chineses, antes de ser fechada; a sua marca acabou sendo vendida a investidores franceses locais, que relançaram a Sonia Rykiel, embora sem um diretor criativo estabelecido.

Além disso, a antiga sede da marca na avenida Saint-Germain é ainda propriedade da mãe de Lola, embora atualmente esteja fechada. No entanto, Lola está claramente entusiasmada por estar de volta ao 6.º arrondissement de Paris. "É muito agradável estar ligada a este bairro. E sinto que continuo algo que foi impedido de ter continuidade, mas à minha maneira, e com os meus próprios meios", diz.

No final, os seus ícones da moda são tanto as mulheres da sua família como muitas vezes os seus melhores amigos em Nova York, que usavam muitas peças de roupa sobrepostas, tops e camisas, nas aulas de ioga e dança, sabendo pouco sobre moda, mas exalando muito estilo.

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