Corredores movimentados, estandes lotados, pessoas ocupadas, atendendo a vários clientes. Apesar do corre-corre observado nos quatro dias da 38ª edição da Couromoda, notava-se um sorriso na mesma intensidade do cansaço. Tudo levava a crer ao que foi confirmado pelos números: 2011 foi um ano recorde na história do evento. Foram 89 mil visitas ao total, sendo 37,7 mil razões sociais vindas de todo o Brasil e de 60 países ao redor do mundo.

Couromoda 2011

A Picadilly notou um movimento 20% superior em relação ao ano passado e recebeu visitantes de países com os quais ainda não negociava, como o Egito. Exportando para 100 países, a empresa busca se consolidar lá fora tanto quanto no mercado nacional. Para tanto, desde o ano passado, a Picadilly tem unido o já tradicional conforto de suas peças a um design mais arrojado. Investindo em produtos com apelo mais de “moda”, a empresa lançou uma nova coleção que foi muito bem aceita pelos lojistas. “Fizemos um produto diferenciado, sem alterar o preço. O resultado foi uma excelente aceitação dos lojistas. Os clientes estão acreditando neste novo momento da empresa”, comenta Marlon Martins, diretor comercial da Picadilly.

Indo na mesma direção de reposicionamento da marca, a Ortopé comemora os contatos estabelecidos na Couromoda. Sem especificar números, o coordenador de marketing, Fábio Schmitz, apenas revela que o mercado recebeu muito bem os novos produtos da linha infantil, com uma grande quantidade de pré-vendas durante o evento. “Buscamos um incremento de 25% das vendas para o ano de 2011”, projeta Schmitz. A capacidade produtiva já está alinhada com este novo crescimento, e o movimento no stande durante a terceira edição em que a Ortopé participa - já que ficou 10 anos fora do mercado -, leva a crer que o objetivo será atingido.

Sendo ainda mais discreto, o gerente de exportação dos Calçados Beira Rio, Fabiano Pizzato, apenas sustenta que esta edição superou as anteriores. “É cada vez mais perceptível que o Brasil se consolida como pólo de moda, tanto em volume, quanto em qualidade”. O foco tem sido a América do Sul. Com participação em salões profissionais em todo o mundo, o grupo, que detém as marcas Beira Rio, Vizzano, Moleca e Molekinha busca o mercado externo para se consolidar com produtos populares.

Comemorando o resultado da feira, o presidente da Couromoda, Francisco Santos, afirma que foi a maior edição em toda a história do evento. “As vendas de calçados cresceram 13% no mercado doméstico em 2010 e estamos estimando para 2011 um novo crescimento, da ordem de dois digitos”. Ele ressalta que o Brasil produz 850 milhões de pares e tem estrutura para elevar este número para até 1 bilhão de pares/ano, rapidamente e sem a necessidade de muitos investimentos. “Nosso País é a única alternativa fora da Ásia para abastecer o mercado mundial com calçados de qualidade, em todas as faixas de preço e com crescente conteúdo de moda. As possibilidades de cooperação com grandes marcas europeias é uma possibilidade que começa a se tornar realidade, a partir das negociações desenvolvidas nesta Couromoda”, observa Francisco Santos.