Loewe serve cobre a Timothée Chalamet
Uma exibição emocionante de roupas inspiradas em arte, roupas metálicas e aparições de estrelas — incluindo o chouchou da moda Timothée Chalamet, sentado na primeira fila do desfile da Loewe numa manhã fria de sábado (21) em Paris.
O diretor artístico da Loewe, Jonathan Anderson, havia anunciado a cor enviando a todos os seus convidados uma cópia circular em miniatura, impressa em 600 exemplares, da tela "The Guise of Fortune" de Julien Nguyen, após um acordo com a galeria Matthew Marks.
Legendados como "Ubi Amor, ibi Oculus" (O Amor Faz Ver), a miniatura prenunciava a encenação da coleção: na decoração, duas gigantescas telas de LED reproduziam as obras do pintor, representando adolescentes seminus.
Esse senso de retrato pictórico infundiu os primeiros looks — modelos mantinham uma pose estudada, braço direito dobrado, mão encaixada onde as lapelas largas do casaco se encontram, praticamente na virilha.
Revelada em uma quadra de tênis inundada de luz, a coleção apresentava trajes maravilhosamente criativos — longos casacos de camurça que pareciam ser feitos de apenas quatro peças de couro, casacos até ao tornozelo e belos sobretudos de veludo que pareciam cortados em pele de foca (mas que não eram).
"Olhamos para a história e perguntamo-nos como injetá-la no presente, usando a arte de Nguyen como pano de fundo para o nosso desfile. A moda masculina é uma plataforma empolgante para experimentar coisas novas, para ultrapassar os limites da materialidade", explicou Jonathan Anderson.
Este último esculpiu uma série de blusões tão rígidos que se destacavam do busto. Inteligentes e deslumbrantes, causaram uma onda audível de apreciação entre o público.
Mas as peças mais fantásticas foram dois blusões feitos de metal, estanho e cobre maciço. Construídos para a Loewe por um fabricante de placas de computador, estes blusões levaram 40 dias para parecer que estavam em movimento.
As roupas às vezes contam duas histórias, de frente e de costas – como uns pequenos tops de veludo ou aquelas golas em V de lã, com asas rígidas nas costas. Também como nas pinturas de Nguyen, o desfile apresentava muitas roupas íntimas, leggings de algodão canelado ou boxers de seda. Assim também foi no seu último desfile em Milão, mas aqui, essa obsessão por roupas íntimas, que parecia quase fútil na Itália, reforçou o caráter inovador do desfile.
"Gosto da sensação discretamente sensual que a roupa íntima transmite. Há que se desafiar a ideia de moda masculina. Fazer algo extremo usando tecidos clássicos, ou algo muito simples, mas feito de um material extremo", diz Jonathan Anderson, que criou tops em veludo fino usado pelos primeiros pintores em miniatura, enquanto usava massa de areia para dar uma aparência modular a uma T-shirt branca.
Apoiado por uma trilha sonora soberba do compositor britânico de música eletrônica Clark, este show foi particularmente memorável: um laboratório vivo da moda contemporânea e uma performance artística por si só.
"Para mim, a moda nunca foi tão estimulante. O cenário está mudando; como designer, há que levar em conta as mudanças culturais e responder a estas mesmas. Por isso eu queria que Timothée estivesse presente no desfile. Acho que representa essa ideia: estar totalmente integrado na cultura de hoje. Começou como um projeto independente e acabou por se integrar no mainstream. Espero que estejamos a entrar numa fase do design em que a ênfase estará na peça de roupa, e não na marca. É preciso saber reinventar".
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