Exclusivo
4 de jan. de 2011
Lino Villaventura: estilista com alma de artista
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4 de jan. de 2011
Lino Villaventura foi um dos primeiros estilistas brasileiros a voltar os olhos para o mercado internacional. Em 1989, com pouco mais de dez anos de carreira e já uma referência na moda nacional, o paraense, então radicado no Ceará, foi convidado pelo Itamaraty para representar o Brasil em uma feira internacional em Osaka, no Japão, a World Trade Fashion. Além do prestígio no mundo fashion, seu trabalho começava a ser reconhecido nas artes plásticas.
Em 1988, o Stedelijk Museum, de Amsterdã, arrematou um vídeo com o registro das criações do estilista. E, em 1995, seus trabalhos integraram a exposição Art do Wear - Lunst als Kleidung, na Alemanha. Participou, ainda, da exposição A Arte do Brasil em Beirute, no Museu Sursoak, Líbano. Em 1996, quando foi lançado o Morumbi Fashion Brasil, embrião da São Paulo Fashion Week, integrou a primeira equipe de estilistas que desfilou. Até hoje, ele lança coleções nas duas edições anuais do evento.
Lino produz em fábrica própria e vende em lojas Lino Villaventura de São Paulo e Fortaleza e em multimarcas de Brasília, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Faz, ainda, roupas sob encomenda. Seu público é predominantemente feminino, mas também há criações para homens. A novidade de Lino Villaventura para a temporada Verão 2011 é o lançamento de sua segunda marca. Com a assinatura Villaventura, a mais nova empreitada do estilista mantém a feminilidade que acompanha suas coleções com uma pegada mais casual. “Seguimos a mesma ideia e fio condutor do trabalho que venho fazendo, mas as peças são pensadas para o dia a dia e têm preço mais acessível”, explica.
Revista Lançamentos - Por que você resolveu ser estilista?
Lino Villaventura - Sou apaixanonado por artes plásticas, cinema e arquitetura. No mundo da moda, tudo começou como uma grande brincadeira séria, arquitetando moda. Iniciei fazendo algumas peças e percebi que as pessoas gostavam e acabei me dedicando a esse mundo. Foi uma coisa de Deus mesmo. Não tenho dificuldade de vender meu trabalho.
Revista Lançamentos - Você desenha coleções que flertam com a arte e não apenas com o prêt-à-porter. De onde vem essa sensibilidade e o que ela representa no seu trabalho?
Lino Villaventura - De onde vem eu não sei. Eu gosto do que faço e de como faço. É um talento natural para a criatividade. Como todo bom guerreiro, estou em constante questionamento. A cada trabalho realizado, vou amadurecendo mais no trabalho e na vida. Isso é essencial para ter um estilo, personalidade e criar novas perspectivas.
Revista Lançamentos - Como avalia a introdução do estilista de roupas também no mundo calçadista, de bolsas e acessórios? É um casamento perfeito? Por quê?
Lino Villaventura - Não é nem um casamento. Penso que, para quem é designer, estilista e profissional de moda, isso já faz parte. Não é separado o segmento, está inserido no trabalho desenvolvido. Quando se desenha roupa, se pensa no calçado, na bolsa e no acessório a ser utilizado e vice-versa. O setor calçadista brasileiro tem muita qualidade técnica, mas precisa criar uma identidade própria e um desenho que seja identificado no mercado - um desenho no cenário brasileiro.
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