Le Postiche entra em recuperação judicial

Uma das mais tradicionais marcas de bolsas, malas e acessórios de viagem do Brasil, Le Postiche, entrou recuperação judicial na última sexta-feira, 30 de abril.

A empresa - que atua há 40 anos no mercado e já foi a maior rede do seu segmento e considerada pelos seus consumidores como uma marca “top of mind” em artigos de couro, acessórios de viagem e infantil - foi afetada pela queda na demanda por seus produtos de viagem, que respondem por 48% do seu faturamento, devido à interrupção do turismo provocada pela pandemia de Covid-19.

Isso levou a empresa a iniciar, no ano passado, um plano de reestruturação que incluiu o fechamento de 102 de suas 200 franquias, totalizando agora 98 franquias e 45 lojas próprias. Mas com a segunda onda da Covid-19, que levou à um novo período de fechamento de lojas, além da suspensão das aulas físicas, derrubando também a venda de acessórios escolares, como mochilas, ela acabou acumulando um total de 64 milhões de reais em dívidas, excluindo passivos fiscais.

Para a busca de capital, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, que entrevistou Luis Alberto de Paiva, presidente da Corporate Consulting Estratégias, consultoria que está liderando o processo de recuperação, a Le Postiche está conversando com investidores nacionais e internacionais especializados em empresas em recuperação judicial.

De acordo com Paiva, a companhia está agora concentrada em expandir para outras categorias com o objetivo de se tornar menos dependente de nichos específicos, e em ampliar sua digitalização. Entre as outras ações que devem ser tomadas para sua recuperação estão a profissionalização da gestão, que ainda é familiar, e a abertura de lojas em pontos mais estratégicos. A entrada do capital deve ocorrer em seis meses.

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