Kering vai vender 8,9 milhões de ações da Puma

De forma progressiva, a Kering, e também a empresa Artemis, representante dos interesses da família Pinault, tem se retirado da marca esportiva alemã. A Puma pode ter apresentado um excelente desempenho, mas o esporte deixou de ser um eixo estratégico para a gigante francesa do luxo, desde o anúncio oficial da sua separação, em 2018.

A Kering, que ainda detém cerca de 10% do capital do grupo liderado por Bjorn Gulden, anunciou que irá vender 8,9 milhões de ações da Puma, e em breve terá apenas 4% do capital da empresa fundada por Rudolf Dassler em 1948. O grupo opta por um processo acelerado no âmbito de uma venda com investidores qualificados, conhecida como “construção acelerada de uma carteira de pedidos”. Este processo permite que a operação se realize em poucos dias.
 
Em 26 de maio, no fechamento da Bolsa de Valores de Frankfurt, onde estão cotadas as ações da Puma, estas valiam 93,60 euros. O que permite avaliar, potencialmente, a transação em mais de 830 milhões de euros.

A Kering especificou em comunicado que "o produto líquido da transação será alocado para necessidades gerais da Kering e fortalecerá ainda mais a sua estrutura financeira".
 
Mas, a escolha de um processo acelerado levanta questões, uma vez que, em setembro de 2019, durante a anterior venda de ações por 550 milhões de euros, o grupo havia feito uma opção muito diferente. Permitiria esta contribuição rapidamente disponível o financiamento de um projeto de grande escala?

Além disso, a Artemis, a holding da família Pinault, que detinha 41,41% da Kering em dezembro de 2020, também vendeu mais de 4% das ações da Puma no ano passado. No entanto, continuou a ser o maior acionista da empresa alemã, com cerca de um quarto do capital.

A Kering especificou que, “no final da venda, o free float da Puma alcançaria aproximadamente 66,7%”. As ações da Puma aumentaram 50% num ano, impulsionadas pelo bom desempenho comercial do grupo. A sua capitalização é atualmente de 13,74 bilhões de euros.