Reuters
Estela Ataíde
11 de jun. de 2019
Kering quer reforçar controle do seu comércio online
Reuters
Estela Ataíde
11 de jun. de 2019
A Kering, proprietária de marcas como a Gucci, vai reforçar o controle das suas operações de comércio eletrônico, focando nos sites das suas marcas próprias para vender os seus produtos de luxo e em empresas nas quais possa controlar a sua imagem e os dados dos clientes.
Após aderirem às compras online mais tarde do que as marcas moda mais acessíveis, muitos grupos de luxo estão agora investindo fortemente no comércio eletrônico, enquanto trabalham em formas de manter um maior controle da distribuição e dos preços, dois elementos que lhes ajudam a manter a sua aura de exclusividade.
A Kering já havia dito que iria recuperar o controle das operações na internet de marcas como Balenciaga e Alexander McQueen, que foram desenvolvidas pela Yoox Net-A-Porter (YNAP), um retalhista online que é agora propriedade da Richemont, um dos rivais do grupo.
A joint venture com a YNAP terminará no segundo trimestre do próximo ano, explicou o diretor digital da Kering, Gregory Boutte, à margem de um dia com os investidores do grupo.
Com o objetivo de aumentar as vendas e as margens, a empresa também procura converter as suas colaborações com terceiros, como retalhistas multimarca como a Farfetch ou a Matchesfashion.com, naquilo a que chama de concessões online, nas quais controla tudo, desde a variedade de produtos até à sua apresentação.
"Cada vez que passamos de uma venda por atacado a uma concessão, vemos que a nossa linha principal aumenta de maneira significativa", sublinhou Boutte.
A Kering "não era contra a venda por atacado" e não pretendia terminar as suas relações com terceiros, acrescentou Boutte.
Equipe em crescimento
A Kering, cujos rivais também estão investindo no comércio eletrônico, incluindo a LVMH, proprietária da Louis Vuitton, não revelou quanto gastou na expansão destas operações. A sua equipe digital cresceu de quatro pessoas em 2017 para mais de 80 atualmente.
Boutte comentou que a Kering poderá estar aberta a unir-se a uma plataforma tecnológica de blockchain que a LVMH está desenvolvendo para ajudar a rastrear cadeias de abastecimento e autenticar produtos numa indústria que tem frequentemente que lidar com produtos falsificados.
O total de vendas online da Kering - incluindo os negócios realizados através de plataformas de terceiros, calculadas no retalho e não a preços de atacado mais baixos - atingiu os 9,4% da receita do grupo em 2018, foi revelado esta sexta-feira.
As vendas online através dos próprios sites das marcas e concessões online representaram 4,7% das receitas.
Na indústria de bens de luxo como um todo, o comércio eletrónico representa cerca de 10% dos negócios atuais e deverá chegar a 25% das vendas até 2025, segundo estimativas da consultora Bain.
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