
Dominique Muret
5 de fev. de 2021
Kering, Prada e Capri se comprometem com o luxo responsável

Dominique Muret
5 de fev. de 2021
Das palavras às ações. Nos últimos anos, os principais players da indústria de artigos de luxo começaram a mudança para o desenvolvimento sustentável. Através de anúncios e iniciativas, eles transformaram gradualmente sua organização e aceleraram um processo que agora afeta múltiplas esferas, desde o meio ambiente à questões sociais, diversidade, etc. A pandemia de COVID-19 levou subsequentemente o setor a reforçar seu comprometimento, como evidenciado pelos três novos projetos anunciados no início do ano pelos grupos Capri Holdings, Prada e Kering.

Na quarta-feira (3 de fevereiro), o grupo americano Capri Holdings – proprietário da Versace, Michael Kors e Jimmy Choo – anunciou a criação da Foundation for the Advancement of Diversity in Fashion (Fundação para o Avanço da Diversidade na Moda), uma fundação que trabalha para promover a diversidade na moda. A empresa se comprometeu em investir 20 milhões de dólares "para apoiar a diversidade, a inclusão e a igualdade na indústria da moda".
"O papel da Capri como líder global da moda é definir tendências, inspirar criatividade e representar o mundo à nossa volta. Estamos fazendo a nossa parte para promover uma indústria da moda mais inclusiva através do investimento na fundação", disse em um comunicado John D. Idol, o presidente e CEO da Capri Holdings.
Em particular, esta entidade irá trabalhar "em colaboração com universidades e escolas para criar oportunidades de moda significativas para as comunidades sub-representadas. Através do desenvolvimento de programas de recrutamento, mentoria e bolsas de estudo no campus, a fundação procura apoiar a próxima geração de talentos e preparar os estudantes para carreiras na indústria da moda", informou a Capri Holdings.
Na semana passada, a Prada se posicionou para apoiar a inclusão de pessoas com deficiência. O grupo italiano é o primeiro no setor da moda e artigos de luxo a aderir ao The Valuable 500, um movimento lançado em 2019 pela ativista empresarial irlandesa Caroline Casey para promover a inclusão das pessoas com deficiência nas empresas multinacionais.
A empresa italiana está atualmente estudando diferentes soluções concretas para definir um programa de longo prazo de atividades inclusivas, que começará com a contratação de pessoas com Síndrome de Down dentro da sua rede de vendas em Itália. A adesão da Prada ao The Valuable 500, como o primeiro grupo de luxo a dar o passo, é descrita por Caroline Casey como "historicamente importante". "Líderes como a Prada têm o poder de transformar a percepção que a sociedade tem em relação à deficiência", reforçou.

Outro ambicioso compromisso recente é o da Kering, que lançou o Regenerative Fund for Nature (Fundo Regenerativo para a Natureza) no final de janeiro, juntamente com a organização sem fins lucrativos Conservation International, que trabalha em prol da biodiversidade. O objetivo é converter 1 milhão de hectares de quintas e terrenos, ligados à produção de matérias-primas para a moda, em áreas de agricultura regenerativa no prazo de cinco anos. Este fundo ajudará diretamente os agricultores através do financiamento de vários projetos em diferentes países. As candidaturas devem ser apresentadas até 30 de abril de 2021.
A prioridade do grupo, que está agora classificado em 7.º lugar no ranking das empresas mais verdes do mundo, é "aumentar a qualidade e quantidade de matérias-primas regenerativas naturais disponíveis para o setor do luxo e da moda".
"O luxo e a moda, como setor econômico, podem atuar sobre esta alavanca essencial da mudança e ajudar a transformar a agricultura para enfrentarem os desafios climáticos e minimizarem a perda de biodiversidade", comentou em um comunicado, Marie-Claire Daveu, diretora de Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Institucionais Internacionais da Kering.
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