AFP
Estela Ataíde
24 de out. de 2018
Kering mantém o ritmo e Gucci continua a crescer, embora a menor velocidade
AFP
Estela Ataíde
24 de out. de 2018
O grupo Kering, que se concentrou no luxo após a venda da marca esportiva Puma, manteve o ritmo no terceiro trimestre, com as vendas a progredirem 27%, enquanto o crescimento da sua marca principal, a Gucci, continua forte, apesar de uma ligeira desaceleração.
Entre julho e setembro, o grupo de François-Henri Pinault acumulou 3,4 bilhões de euros de volume de negócios, um desempenho superior ao consenso das agências Factset e Bloomberg, que apontavam para 3,26 e 3,23 bilhões, respectivamente.
O volume de negócios aumentou 27% tanto em dados publicados como em dados orgânicos, revelou a Kering num comunicado divulgado na terça-feira.
Mas, se levarmos em conta a venda das marcas Puma, Volcom e Stella McCartney, saídas do universo Kering no primeiro semestre, o volume de negócios recua automaticamente 13%.
"Estamos particularmente orgulhosos por alcançarmos, trimestre após trimestre, um desempenho tão extraordinário. O nosso ritmo de crescimento é único no nosso setor. Este crescimento é saudável, equilibrado e sustentado em todas as regiões e todos os canais de distribuição", comentou François-Henri Pinault, citado no comunicado.
"Para lá dos altos e baixos econômicos, o crescimento estrutural do mercado de luxo, mas também os nossos fundamentos e a disciplina com a qual implementamos a nossa estratégia, deixam-nos confiantes na nossa capacidade de apresentar um desempenho operacional e financeiro superior ao mercado", acrescentou.
A maison italiana Gucci, principal fonte de lucros do grupo, continuou o seu progresso, com as vendas a atingirem 2,09 bilhões de euros, um aumento de 35% no trimestre em dados orgânicos, após +48,7% no primeiro trimestre e +40,1% no segundo trimestre.
"Apesar dos pontos de comparação elevados, a Gucci realizou, mais uma vez, um excelente trimestre. O crescimento da maison é particularmente saudável e o sucesso das coleções permanentes, assim como das novidades, em todas as categorias de produtos, reflete-se em todos os canais de distribuição", enfatizou a Kering.
No final de setembro, num vídeo para uso interno ao qual a AFP teve acesso, o CEO da marca, Marco Bizzarri, havia advertido que se deveria esperar uma normalização do crescimento da marca: "Devemos reconhecer o fato de que, num determinado momento, vamos desacelerar, não podemos crescer 50 ou 60% por mês, é impossível."
A Yves Saint Laurent, a segunda marca do grupo, registrou um aumento de 16% na sua atividade, enquanto a Bottega Veneta - que havia estancado em 2015 e 2016 antes de começar a recuperar no ano passado - caiu 8,4%.
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