Isabel Marant: os pré-olímpicos na pós-pandemia

Por

Godfrey Deeny

Publicado em
2 de out. de 2020

Faltam pelo menos três anos para os Jogos Olímpicos de Paris, mas tivemos uma primeira ideia de como eles poderão ser segundo Isabel Marant em seu último desfile, apresentado na noite de quinta-feira (1).

Nesta temporada, Marant colaborou com a trupe de dança (La) Horde, que vestiu roupas esportivas metálicas e desfilou em um piso de madeira construído dentro do belo complexo de apartamentos e jardins da cidade, o Palais Royal do século 17.

É provavelmente a praça mais famosa da cidade, onde artistas como Dennis Hopper, Bono, Jack Nicholson e vários designers receberam a condecoração Légion d'Honneur, e onde Danton planejou a Revolução Francesa e Colette escreveu seus melhores trabalhos.

Os convidados que chegavam, envoltos em uma névoa de gelo seco, testemunharam um belo casal de patins,  levantando a garota no ar em frente ao gabinete do Ministro da Cultura, dentro do jardim.
 

Isabel Marant começou o espetáculo com o grupo da (La)Horde correndo, pulando e dando cambalhotas, e depois apareceram os primeiros modelos com calças rosa prateado, minissaia rosa com conjuntos de túnicas e camisas volumosas, combinando com botas de cowboy. Para um encontro, foram exibidos looks variados, desde vestidos de flamenco à vestidos rosa-claro, dignos de Katharine Hepburn em Philadelphia Stories. 

Até os meninos desta coleção mista usavam camisas justas de couro lilás metálico, blusas vermelhas de poeta e calças com a parte superior amarrada à cintura.

Os bailarinas da (La)Horda dançavam, no entanto, com shorts de boxe, camisas esportivas sem mangas e calças de jogging stretch, criando uma coreografia emocionante. 

Tudo isso gerou um grande grito de aprovação quando o designer fez sua reverência. Em uma temporada em que os designers estão lutando para saber como responder à pandemia, principalmente com roupas que enfatizam a proteção, foi bom ver Marant ressaltar o bem-estar físico e a alegria da dança e do esporte.

"(La)Horde é a metáfora de um mundo em mudança", disse Marant, que recebeu convidados nos bastidores usando uma viseira de plástico, antes de posar para as fotos com um colega, Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, que apareceu vestindo um moletom esportivo com a marca Marant.