12 de abr. de 2019
Indústria do jeans investe em sustentabilidade
12 de abr. de 2019
A indústria do jeans é uma das mais importantes da moda, mas, ao mesmo, tempo, uma das mais poluentes. Estima-se que até o nível do mar tenha subido por conta da produção de jeans. Isso por conta do uso excessivo de águas subterrâneas para irrigação de plantações de algodão. O tingimento com corantes e a energia gasta no transporte são outras pegadas ambientais da produção do clássico tecido. É por isso que algumas marcas vêm investindo na busca de soluções sustentáveis para diminuir o seu impacto. E isso acontece desde grandes nomes da moda como a Forum à jovem grife EZE Denim, nascida no Carandaí 25 e que vem se tornando uma referência em jeans sustentável com o lema “É utópico, mas genuíno: queremos reescrever a história da moda”.

A Forum acaba de lançar sua linha “Forum Green”, que economiza 90% de água e energia em sua lavagem, bem como passa a utilizar na cadeia produtos químicos sustentáveis extraídos da própria natureza e que não agridem o meio-ambiente. Além da alteração em seu processo, a Forum passou a adotar o algodão com certificado internacional BCI de qualidade e gomas naturais que reutilizam resíduos e descartes da indústria alimentícia.
Já a EZE Denim busca diminuir o desperdício ao aproveitar inclusive as sobras que se transformam em novos produtos. Além disso, o tingimento das peças é feito com romã, catuaba e erva-mate e em sua lavanderia consciente só entram produtos naturais biodegradáveis.
"A indústria do jeans está ciente dos danos causados e busca caminhos alternativos que unam tecnologia e muita pesquisa. É apenas questão de escolha; temos no mercado tecidos e produtos para lavanderia que reduzem drasticamente o uso de recursos naturais e químicos, por exemplo. É por isso que é importante que o consumidor esteja atento ao que consuma e faça escolhas baseadas no conhecimento em torno da origem desses produtos — de como e aonde foram feitos. Esse sim é o nosso maior desafio!", diz Claudia, da Eze, em entrevista ao Fashion Network.

Em novembro, o Movimento ECOERA, da especialista em sustentabilidade Chiara Gadaleta, e a Vicunha Têxtil, maior produtora mundial de índigos e brins, lançaram, em São Paulo, o projeto "Pegada Hídrica Vicunha", que tem como principal objetivo identificar o consumo de água no processo produtivo do jeans e busca promover transparência na cadeia da moda.O trabalho tem buscado identificar a situação atual da empresa, sugerindo maneiras de redução e formas de compensação por meio de projetos socioambientais como recuperação do solo, conservação dos recursos hídricos, estoque de carbono e criação de corredores para a biodiversidade.
Uma outra iniciativa neste sentido é o o Re Jeans da Renner, que é reciclado e reutiliza o resíduo têxtil da própria produção da marca. Em março de 2016, a C&A lançou uma coleção de jeans confeccionada com algodão mais sustentável e produzida com menos uso de água e produtos químicos. Mas a pioneira no quesito sustentabilidade de seus jeans é Stella McCartney, que só utiliza algodão orgânico na produção do material. Lá fora também, a Tommy Hilfiger lançou modelos de jeans pra coleção de primavera-verão 2019, cuja linha de costura é feita a partir de garrafas plásticas 100% recicladas, os botões são de materiais parados no estoque e as etiquetas são feitas com papel reciclado. O uso de água e energia também é menor com a tecnologia laser usada na aplicação da lavagem final.
"Costumo dizer na fábrica para meus funcionários que ninguém precisa de mais uma roupa hoje em dia, mas o planeta precisa de um novo estilo de vida. Por conta de de toda essa mudança de paradigma que estamos iniciando, fazemos uma moda equilibrada e ética — mas que, sobretudo, não seja datada. É preciso durar, para não desperdiçar.”, finaliza Claudia.
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