A Inditex está estudando a possibilidade de vender o seu negócio na Rússia devido ao contexto marcado pela guerra na Ucrânia, embora possa continuar a operar no país com a Zara, que mudaria de nome, enquanto Massimo Dutti, Oysho e Zara Home deixariam o mercado russo.

De acordo com o órgão de comunicação social Kommersant, a empresa fundada por Amancio Ortega está considerando a possibilidade de transferir os seus ativos russos para parceiros de um país "amigo", por exemplo do Sudeste Asiático ou do Golfo Pérsico.
 
Fontes consultadas pelo Kommersant explicaram que a transferência dos negócios russos da Inditex para os parceiros levará de seis meses a um ano e indicaram que Massimo Dutti, Oysho e Zara Home abandonarão completamente o mercado russo, enquanto as restante das marcas, incluindo a Zara, abrirão sob outros nomes e com novas coleções não antes da primavera de 2023.

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Um cenário semelhante foi implementado anteriormente, em julho, pela varejista polaca LPP, com marcas como Reserved, Cropp, Mohito e Sinsay, que transferiu lojas na Federação Russa para uma empresa registada nos Emirados Árabes Unidos. Paralelamente, os pontos de venda do grupo de moda retomaram a sua atividade, mas com novos rótulos.
 
Em março passado, dias após o início da guerra, a Inditex decidiu fechar as suas 502 lojas na Rússia, o seu segundo mercado depois da Espanha, com mais de 9 mil funcionários, e suspender as vendas online no país como resultado da invasão russa na Ucrânia. Dos 502 pontos de venda, 86 são da Zara.
 
A Rússia constitui cerca de 8,5% do lucro operacional líquido (Ebit) global do grupo. O resultado antes de impostos deste mercado foi de 86 milhões de euros em 2020 (229 milhões de euros em 2019), com vendas próximas de 5% do total, o que representa mais de 1 bilhão de euros.
 
A empresa fundada por Amancio Ortega destacou na altura que todas as lojas operavam em regime de aluguel, por esse motivo o investimento não era relevante do ponto de vista financeiro.