Exclusivo
30 de mai. de 2013
Importadores fecham US$ 1,6 milhão em negócios no SICC
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30 de mai. de 2013

O Salão Internacional do Couro e do Calçado – SICC –, que movimentou a Serra Gaúcha, mais especificamente Gramado/RS, entre os dias 27 e 29 de maio, foi palco para mais uma edição do Projeto Comprador Regional (PCR), promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) através do programa Brazilian Footwear.
Nesta edição, que contou com cinco importadores, foram fechados negócios na ordem de US$ 1,6 milhão com a compra de 123 mil pares de calçados. O número expressivo deve ser acrescentado por mais US$ 2 milhões nos próximos 12 meses.
Caroline Lucas, da unidade de Eventos da Abicalçados, que acompanhou o PCR/SICC, destaca que, além dos bons negócios realizados, o grupo demonstrou grande interesse em estreitar o relacionamento com as marcas nacionais. “Trata-se de um grupo muito profissional e focado nas negociações”, avalia. Segundo ela, os importadores, alguns dos quais já trabalham com marcas nacionais, ficaram satisfeitos com a qualidade e o apelo de conforto dos produtos apresentados para a coleção primavera-verão. No último dia da feira, a importadora russa Asya Kurkina, do Renaissance Group, visitou as instalações da Werner Calçados, em Três Coroas/RS. “Ela ficou impressionada com as instalações. Não esperava encontrar algo tão grandioso”, conta Caroline.
Para o gerente de exportação da Democrata, Anderson Melo, a viabilização de projetos como o promovido no SICC, é essencial para o incremento das exportações brasileiras. “Estamos com o Brazilian Footwear desde o início. Além de estudos, parcerias para prospecção de mercados, o programa promove esse apoio – PCR – para a aproximação com compradores internacionais”, destaca.
Negócios – O importador Eduardo Santini, da distribuidora Imbracal (Quito/Equador), deixou US$ 1,2 milhão no SICC, com a compra de 100 mil pares de calçados femininos e infantis. Para os próximos 12 meses a probabilidade é de que este número dobre com os contatos gerados. “Encontrei uma coleção muito bonita e confortável, embora com preços um pouco altos”, avalia.
Maria del Rocio, da distribuidora Ezzio (Bucaramanga/Colômbia), que comprou 15 mil pares de calçados femininos custando US$ 225 mil, dobrou seus pedidos em relação à edição anterior do SICC. A importadora ficou satisfeita, especialmente com as coleções de plataformas, que aliam conforto e qualidade. “O produto brasileiro tem uma ótima aceitação na Colômbia. Lá, temos a percepção de que se é do Brasil é bom”, afirma. Nos próximos 12 meses os negócios gerados com o SICC podem chegar a mais US$ 600 mil.
Pela primeira vez no SICC, a boliviana Maria Elena Lora, da Moda em Pe (Santa Cruz/Bolívia), estava satisfeita com os produtos ofertados. Enquanto partia para mais uma de suas visitas, desta vez ao estande da Democrata, contou que a sinergia entre preço e qualidade fazia do produto brasileiro diferenciado e, acima de tudo, atraente para o mercado boliviano. A importadora comprou seis mil pares de calçados masculinos e infantis, pelos quais desembolsou US$ 150 mil.
Também estreando na feira gaúcha, Vinicio Granja, da Confidenza (Quito/Equador), leva na bagagem, além de amostras, pedidos de dois mil pares de calçados femininos e infantis pelos quais pagou US$ 50 mil. Segundo ele, a estimativa é de que os negócios sejam encorpados por mais US$ 200 mil nos próximos 12 meses. “Gostei muito do colorido da coleção de verão. No Equador o sapato brasileiro é muito bem aceito”, aponta. Ele só não comprou mais por causa da restrição imposta pelo governo equatoriano que sobretaxa o par importado do Brasil em US$ 4, fora os impostos convencionais que chegam a 30%. “O mercado de calçados no Equador está muito retraído. Estimo que as vendas tenham caído de 70 a 80% nos últimos anos”, lamenta, ponderando que, mesmo com as dificuldades, não se pode deixar de importar o calçado brasileiro, muito superior ao produzido no Equador.
Prospectando Já a russa Asya Kurkina, do Renaissance Group (Moscou/Rússia), admite que não conhecia mais profundamente o mercado brasileiro e que aceitou o convite do Brazilian Footwear para prospectar indústrias no Brasil. Com grande potencial de compra – ano passado a empresa importou 500 mil pares –, ela destaca a qualidade do produto verde-amarelo. “Na Rússia muito se fala que o calçado brasileiro é bom, mas ainda poucos conhecem”, avalia. A importadora, que busca sapatos de alto valor agregado, de couro e o mais “natural” possível – sem enfeites e adereços – levou grande quantidade de amostras para Rússia e ainda fechou negócios in loco, os quais preferiu não comentar.
Atualmente a Rússia, que vem aumentando suas importações de calçados brasileiros ano após ano, é considerada um mercado estratégico para o Brazilian Footwear. Ano passado, os russos compraram o equivalente a US$ 26,5 milhões do Brasil, sob um preço médio de US$ 18. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, os importadores daquele País compraram US$ 17,6 milhões em calçados verde-amarelos, 37% mais do que no mesmo período de 2012. O preço médio também subiu alcançando US$ 22.
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