Hugo Boss volta a gerar lucro graças ao comércio eletrônico e à China
A gigante alemã da moda, Hugo Boss, retomou a rentabilidade no terceiro trimestre, após anunciar perdas no segundo, graças à recuperação dos negócios digitais e da China, mas a pandemia continua gerando incertezas.
A receita trimestral da empresa caiu 24% em uma base com ajuste de moeda, para 533 milhões de euros, abaixo das previsões dos analistas. Mas, o lucro operacional foi de 15 milhões de euros, valor que superou as previsões. No entanto, ele continua inferior aos 83 milhões de euros do ano passado.
O foco da Hugo Boss na China e no e-commerce rendeu frutos: as vendas na China continental aumentaram 27% durante o trimestre e as vendas eletrônicas saltaram 66%, uma vez que a empresa ampliou a venda online à 24 novos mercados entre junho e agosto.
"Com o apoio da migração da demanda do consumidor para o digital, as vendas no site hugoboss.com e as ofertas geridas em outros sites parceiros registraram fortes melhorias tanto no tráfego como nas taxas de conversão", explicou a empresa.
O período entre julho e setembro representou para a empresa o décimo segundo trimestre consecutivo com “crescimento expressivo de dois dígitos nas vendas eletrônicas”.
Embora as lojas físicas continuem sendo um desafio, a empresa se mostrou otimista. Agora que a maioria de suas lojas próprias estão funcionando novamente, o varejo do grupo registrou "resultados significativamente mais sólidos" em comparação com o primeiro semestre do ano, e a receita da venda no varejo diminuiu "apenas" 20% com o ajuste da moeda.
Mas, nem tudo foi positivo neste trimestre. Embora a demanda local nos principais mercados tenha aumentado significativamente em relação ao trimestre anterior, as vendas para turistas continuam sofrendo com as restrições às viagens internacionais.
As vendas caíram 21% na Europa, apesar dos sinais encorajadores de recuperação da demanda nos principais mercados, como Reino Unido e França. A queda do turismo, que teve um grande impacto em muitas empresas de luxo, também teve um grande peso na Hugo Boss.
Assim como outras empresas de todos os níveis de preço, o grupo tem ajustado a sua oferta para se adaptar à nova normalidade, se concentrando mais em moda casual, algo que já havia começado a fazer antes da pandemia. Segundo a empresa, a marca Hugo, mais direcionada para os jovens, viu as vendas de roupa casual caírem apenas meio dígito durante o trimestre.
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