AFP
Novello Dariella
17 de mar. de 2020
Hermès fecha todos os seus centros de produção franceses até o final de março devido ao coronavírus
AFP
Novello Dariella
17 de mar. de 2020
Segundo uma carta enviada aos funcionários do grupo que a AFP teve acesso, a Hermès comunicou o fechamento de todos os seus centros de produção na França até o final de março devido à epidemia de coronavírus, ou seja, cerca de 40 fábricas e curtumes.
"Em conformidade com várias instruções do governo francês, fechamos todas as nossas lojas na França e em alguns países europeus", escreveu o diretor Axel Dumas aos funcionários do grupo em uma carta datada de 16 de março. Contactada pela AFP, a gestão do empresa não quis comentar o assunto.
A Hermès, que emprega 9.500 pessoas na França, acrescentou que "para proteger todos os funcionários, também decidiu fechar todos os centros de produção na França, bem como os da Hermès Horloger na Suíça, até segunda-feira, 30 de março de 2020”.
A empresa de luxo tem um total de 52 centros de produção. Destes, 42 estão na França: curtumes, oficinas de têxteis, fábricas de couro e de porcelana.
"Esta decisão não se aplica ao centro Hermès Parfums em Vaudreuil (Eure), cuja produção não pode ser interrompida e cujas medidas de higiene já são muito rígidas foram reforçadas. Estamos considerando a possibilidade de usar o CNP (Comptoir Nouveau de la Parfumerie, nome do centro) para produzir álcool gel, que a França tanto precisa", afirmou o grupo.
A Hermès indicou que o fechamento de seus centros de produção "ocorrerá parcial ou gradualmente", dependendo da natureza da atividade. Em relação aos funcionários que trabalham em escritórios, o grupo recomendou para que trabalhem de casa, se possível, e também ressaltou que durante todo esse período e além das disposições legais, manterá os salários dos funcionários.
Durante a apresentação dos resultados anuais em fevereiro, Axel Dumas destacou que 80% da produção da Hermès é realizada na França. Os artigos em couro são o principal negócio do grupo, conhecido mundialmente pelas bolsas Birkin e Kelly, com quase metade do faturamento, cerca de 7 bilhões de euros, em 2019.
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