H&M: últimos confinamentos travam recuperação, mas números anuais são encorajadores
O Grupo H&M divulgou nesta terça-feira (15) as vendas do quarto trimestre e do ano inteiro, coincidindo com o relatório da Inditex com os resultados do terceiro trimestre. Neste, é possível ter uma ideia do comportamento dos negócios de moda mais bem-sucedidos em um ano bastante atípico.
A H&M, a segunda cadeia de lojas de moda do mundo (a Inditex é a primeira), informou que no quarto trimestre (encerrado no final de novembro) as vendas líquidas caíram 10% em moeda local. No acumulado do ano, a queda foi de 18%.
No quarto trimestre, as vendas líquidas do grupo foram de 52,54 bilhões de coroas suecas (5,1 bilhões de euros), abaixo das 61,7 bilhões de coroas suecas obtidos no mesmo período do ano anterior, e 187 bilhões de coroas suecas no ano todo, abaixo das 232,7 bilhões de coroas suecas do ano passado
A empresa explicou que começou o ano “com força e com ímpeto positivo até se deparar com o impacto da primeira onda de Covid-19”. “As amplas restrições sociais que obrigaram o fechamento temporário de lojas e as grandes quedas no fluxo de clientes nas lojas físicas levaram a uma redução substancial nas vendas, principalmente no segundo trimestre."
No entanto, houve uma "forte recuperação no terceiro trimestre", que se prolongou durante uma boa parte do quarto trimestre. De fato, entre 1º de setembro e 21 de outubro, as vendas caíram apenas 3% em moeda local. Mas, desse momento até 30 de novembro a queda foi de 22% em relação ao ano anterior, "à medida que a recuperação se transformou numa desaceleração adicional devido à segunda onda da pandemia”.
Como vem sendo habitual na H&M, a empresa não fez mais comentários mais sobre estes números, já que costuma reservá-los para o anúncio dos lucros, que será divulgado em janeiro.
É evidente que a empresa tem sido capaz de maximizar as suas oportunidades com a reabertura das lojas. Mas, confiar apenas nas vendas eletrônicas durante o fechamento das lojas afetou seu faturamento. O grupo está acelerando as suas operações digitais, algo que já havia começado a fazer antes da pandemia. No entanto, ainda não fez progressos suficientes nesta área para evitar o golpe severo do fechamento das lojas físicas.
A empresa emprega quase 180 mil pessoas e opera 5 mil lojas em 74 mercados, incluindo franquias. Embora tenha 52 mercados online, trata-se de um negócio baseado principalmente em lojas.
No entanto, se olharmos para o total da queda nas vendas ao longo do ano, os números poderiam ter sido muito piores. Várias empresas registaram quedas de vendas semelhantes ou números ainda piores, mas a H&M está no caminho certo ao investir no digital e, ao mesmo tempo, tornar as suas lojas mais atrativas.
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