
Helena OSORIO
16 de dez. de 2022
Granado abre em Lisboa a sua quarta loja europeia

Helena OSORIO
16 de dez. de 2022
A empresa brasileira Granado, especializada em cosméticos, medicamentos e perfumaria – fundada no Rio de Janeiro, no final do século 19, em 1870, pelo português José Antônio Coxito Granado, que logo em 1880 ganhou o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira – acaba de abrir um espaço em Lisboa, o quarto na Europa, sendo que a sua primeira loja internacional foi inaugurada em Paris em 2017.

Precisamente com 152 anos de história, a Granado abriu sua nova loja em pleno Chiado, no número 98 da rua Garrett, que tem como pano de fundo a basílica barroca de Nossa Senhora dos Mártires. A sua fachada Belle Époque marca o final do século 19 e início do século 20 – o período cosmopolita, intelectual e artístico muito expressivo em arte, literatura e cultura urbana que viu nascer e influenciou a Granado do outro lado do mundo europeu.
Também a rua Garrett, entre o largo do Chiado e a rua do Carmo, é o centro do Chiado, polo intelectual de Lisboa e ponto de encontro internacional até hoje, e mais se pensarmos em pastelarias e cafés famosos como a Benard (desde 1868), A Brasileira (desde 1905) e A Garrett (desde 1918), esta última no largo do Chiado.
Segundo Sissi Freeman, diretora de Marketing e Vendas, a ideia foi marcar o século e meio da Granado que, em Portugal, já tinha representação "na Casa Pau-Brasil e os produtos vendiam muito bem. Íamos abrir em 2020, mas por conta da pandemia acabou atrasando um pouco. Até que foi bom, que a gente arranjou um ponto melhor ainda. Não podia ser melhor", justifica.

A nova loja brasileira em Lisboa – decorada com a exuberante flora do país onde foi pensada e lançada pela primeira vez, que se tornou a sua própria imagem de marca – funciona como um oásis na paisagem urbana da capital portuguesa em explosão de cor e aromas.
Em especial, agora, com os contornos e enfeites para a temporada de Natal que chegam à oferta de coffrets, caixas de ar vintage com produtos selecionados pelos próprios clientes, ou livro lançado pela comemoração dos seus 150 anos que culmina com o regresso a Portugal (não do fundador, mas do seu legado). Os preços rondam os 7 euros para os sabonetes e 115 euros para os perfumes e difusores de maior capacidade.
"Para o Natal, temos uma parceria com o instituto SOS Mata Atlântica, onde 5% das vendas vai para o instituto que refloresta toda a Mata Atlântica", lembra ainda Sissi em entrevista à Time Out.

Tudo começou com o beirão Coxito Granado de Escalhão, atual vila do conselho de Figueira de Castelo Rodrigo, que se aventurou rumo ao Rio de Janeiro, deslumbrando-se então com a força da natureza e propriedades medicinais das suas flores e plantas autóctones. Começou a fabricar medicamentos, a partir de espécies botânicas que cultivava numa propriedade em Teresópolis, algumas também importadas da Europa. E, inaugurou o seu primeiro espaço no centro histórico do Rio, na então rua Direita, hoje rua Primeiro de Março.
A Granado permaneceu na família durante três gerações, tendo sido adquirida em 1994 pelo empresário inglês Christopher Freeman que também comprou a Perfumaria Phebo – outra marca histórica brasileira, fundada em 1930.
O seu perfume Bossa – criado para comemorar os 150 anos da Granado – e o Carioca, de 2015, são postais vivos que ilustram os morros do Rio de Janeiro recortados pelo mar, em homenagem ao mundo mágico descoberto pelo fundador chegado da região portuguesa da Beira Alta. Já o Imperial, lançado em 2020, evoca a relação da família imperial brasileira com a casa Granado agraciada pelo próprio imperador D. Pedro II após 10 anos da sua fundação.
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