Giambattista Valli anda em círculos
Giambattista Valli, que já provou ser capaz de fazer alfaiataria e cortar com muita desenvoltura, precisa verdadeiramente de avançar.
Na segunda-feira, o designer apresentou uma coleção de alta costura muito charmosa no Centro Pompidou, sob o sol glacial de Paris. No entanto, foi inevitável pensar que tudo parecia demasiado familiar.
Inicialmente, houve a esperança de que Valli finalmente mudasse de registo com este desfile. O designer abriu com algumas silhuetas excecionalmente fortes e inteligentes, conjuntos refinados de mini-saias brilhantes adornadas com bordado e combinadas com tops repletos de cristais. Um destes looks, usado com um fez turco, era realmente sensacional e acrescentou um quociente sexy ao trabalho de Giambattista.
Foi um bom início para o desfile, que decorreu diante de uma plateia cool, que incluía a modelo da Victoria's Secret Cindy Bruna, vestida com roupa em renda branca, a atriz Kate Beckinsale, Olivia Palermo, a princesa Maria-Olympia da Grécia e a verdadeiramente omnipresente Chiara Ferragni.
No entanto, Valli regressou quase imediatamente aos seus velhos hábitos e apresentou alguns vestidos de festa volumosos (soberbamente bem feitos, mas mais uma vez muito reconhecíveis), vestidos diáfanos e vestidos de noite que pareciam tendas, tão grandes que seria possível esconder uma sala de aulas debaixo deles.
A maior parte eram bastante belos, especialmente os notáveis vestidos esculpidos feitos de tule denso. Mas, não tivemos a sensação de um designer esforçando-se para criar realmente um guarda-roupa moderno e completo. Algo que todos estaríamos muito curiosos para ver considerando o indiscutível talento de Valli.
Os franceses têm uma expressão para isto: tourner en rond (andar em círculos). E o grão de areia na engrenagem é o próprio criador, que se recusa a superar-se para alcançar formas verdadeiramente novas.
Numa palavra, a moda de Giambattista Valli precisa de um novo paradigma.
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