8 de out. de 2015
Footwear: "Dragão chinês" assusta o mundo
8 de out. de 2015
Não são só os calçadistas brasileiros que estão preocupados com a ameaça representada pelo produto chinês. Na última terça-feira, dia 4, o Financial Times publicou matéria sobre a resistência da Itália quanto à iminente possibilidade de a China ser reconhecida como uma economia de mercado a partir do final de 2016.
Esta possibilidade torna proibidas as aplicações de ferramentas de defesa comercial contra as práticas desleais impostas por aquele mercado. A pressão italiana é para que a União Europeia siga retaliando práticas de dumping chinesas, o que não seria possível se a China fosse reconhecida como uma economia de mercado.
Na matéria, o Embaixador e vice-ministro italiano para Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda, diz que o bloco de 28 países europeus cometerá um erro se optar por um "desarme unilateral", o que deveria provocar um aumento das práticas desleais.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, que ainda comemora o parecer favorável para a continuidade de investigação sobre a extensão do direito antidumping contra o calçado chinês, publicado no final de setembro, a preocupação é legítima de todo o país que, como uma economia de mercado, cumpre as condições de comércio estabelecidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo ele, para qualquer um desses países a abertura para o produto chinês traria enormes prejuízos econômicos e sociais.
"A China, definitivamente, não é uma economia de mercado, pois não cumpre minimamente as condições estabelecidas no âmbito da OMC. Caso esse reconhecimento prospere sem a implementação de mecanismos de defesa, teremos prejuízos irreparáveis para a indústria do Ocidente, em especial a de manufaturados, caso da calçadista", avalia.
Processo
Em março do ano corrente, a Abicalçados entrou com petição para a extensão do direito antidumping aplicado contra o calçado chinês desde 2010 – antes, em setembro de 2009 o direito foi aplicado provisoriamente.
Com parecer favorável divulgado no final do mês passado, a investigação deu um passo importante rumo à renovação da sobretaxa, atualmente em US$ 13,85 por par importado da China.
"Sem o mecanismo seria impossível concorrer com o calçado chinês no mercado doméstico, já que este chegaria com preços ínfimos conseguidos a custas de dumping comercial e social", explica o executivo.
Com investigação aberta em março deste ano,a investigação da extensão do direito antidumping contra a China possui prazo para conclusão de dez meses, renováveis por mais dois, portanto até março de 2016. Durante o período da investigação, o direito original segue vigendo.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Abicalçados
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