7 de dez. de 2015
Footwear: Cenário ficou ainda mais nebuloso para 2016, diz consultor
7 de dez. de 2015
Desde o último Workshop de Análise de Cenários, realizado em Novo Hamburgo/RS há cerca de um mês, eventos como o atentado na França, a eleição do novo presidente argentino Maurício Macri e a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff alteraram o cenário.
A análise foi feita pelo economista e consultor calçadista, Marcos Lélis, durante workshop realizado na manhã do dia 4, na sede do Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca (Sindifranca), em Franca/SP.
Para o economista, com os recentes acontecimentos o cenário deve ficar mais conturbado, tanto política quanto economicamente. Segundo Lélis, a expectativa será balizada de acordo com os desfechos, hoje imprevisíveis, especialmente no Brasil.
Analisando o presente e buscando "adivinhar" o futuro, o especialista destacou que a demanda está extremamente baixa devido à queda brutal da renda do consumidor, o que também impede a indústria de repassar custos cada vez mais crescentes, acumulando prejuízos e reduzindo a margem de lucro.
"O cenário no mercado doméstico deve melhorar somente no final de 2016", projetou. Conforme o economista, só uma reforma política profunda poderia começar a tirar o país do atoleiro, liberando os ajustes que precisam ser realizados e estão há meses emperrados no Congresso Nacional.
Equívocos
O quadro é agravado por decisões equivocadas do Governo Federal. Lélis apontou que o movimento de ajuste que está sendo realizado na tentativa de reorganizar as contas públicas é o aumento dos impostos.
"A partir do próximo ano, caso a volta da CPMF não seja aprovada, impostos como IPI, IOF e CIDE podem voltar à tona, pois seus aumentos não precisam ser aprovados no Congresso", alertou, ressaltando que a indústria deverá ser ainda mais onerada.
Mercado externo
O quadro negativo no mercado doméstico muda completamente quando a avaliação parte além-fronteiras. Segundo Lélis, mesmo com as incertezas quando à economia chinesa, o que tem desestimulado o preço das commodities, a situação está melhor para as exportações brasileiras.
O fato de a Argentina ter um presidente mais comprometido com a fluidez do mercado internacional pode alavancar as exportações de calçados, já que o país é o segundo destino do produto verde-amarelo. Apesar disso, o economista destacou que existe a possibilidade de uma desvalorização do peso argentino para alavancar as exportações dos "hermanos" e melhorar o quadro das reservas internacionais do país vizinho.
O dólar valorizado é outra boa notícia para o exportador brasileiro. "Empresas que continuaram exportando durante o período de volatilidade cambial enfrentado em 2008 e conseguiram chegar em 2015 preparados para exportar, provavelmente conseguirão compensar as perdas enfrentadas naquele período com o real desvalorizado", ressaltou o economista.
Oportunidades
Num cenário positivo além-fronteiras, alguns países se destacam como oportunidades para o calçado brasileiro. Conforme índice criado pelo economista para medir a competitividade dos países, Peru, Chile, Colômbia e Emirados Árabes são países que podem auxiliar o Brasil no incremento das exportações de calçados.
Visão clara
Referente às notícias não muito positivas passadas pelo economista, o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, ressaltou que é importante que o setor tenha uma visão clara do cenário.
"As entidades da cadeia do couro e do calçado têm a missão de alertar a sociedade com relação ao cenário que está sendo enfrentado e quanto às previsões para o futuro", destacou.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca (Sindifranca), José Carlos Brigagão, a saída passa pelo aprimoramento da gestão das empresas. "Só com uma gestão eficiente é possível superar os cenários de adversidade que vêm se apresentando ano após ano", disse.
O Workshop Análise de Cenários foi promovido em conjunto pela Abicalçados, Sindifranca, Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Participaram do encontro representantes de todas as entidades promotoras, empresários, lideranças e imprensa.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Abicalçados
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