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UseFashion
Publicado em
16 de dez. de 2009
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5 Minutos
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Figurinista da Globo fala sobre o seu processo criativo

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UseFashion
Publicado em
16 de dez. de 2009

Com 40 anos de carreira, Marília Carneiro é uma das mais conhecidas figurinistas da Rede Globo. No currículo, contabiliza 22 novelas e 12 minisséries, além de 26 filmes.
Responsável por criar grandes hits, como as meias de lurex com sandálias, em “Dancin´ Days”, e os tererês da Bionda, em “Uga Uga”, Marília responde atualmente pelo figurino da novela “Caras e Bocas”.


Marília Carneiro em palestra


Sempre ligada em tendências e novidades, a figurinista falou sobre o processo de planejamento de caracterização em uma novela, a ligação com as tendências de moda e seus próximos trabalhos.

UseFashion – Como se constrói o figurino de um personagem? Quais são as etapas?
Marília Carneiro – Primeiro, a gente recebe uma sinopse de tudo o que vai acontecer na história. Nesse resumo, o autor explica como são os personagens: se são pobres, ricos, feios, gordos, maus. Tudo isso me dá subsídios para fazer a indumentária.

Depois disso, começo a planejar. Em geral, já conheço o ator. Por exemplo, se o Antônio Fagundes vai fazer um executivo. Eu já sei que ele fica bonito de terno escuro, que às vezes ele fica mais gordo e raramente fica mais magro, porque é comilão.

Assim que começo a desenvolver na minha cabeça como será o figurino, discuto com a direção para saber se o que estou pensando está certo. Nós debatemos para chegarmos a um consenso.

A última etapa de planejamento é conversar com o ator. Eles têm por direito a opção de opinar, já que vão encarar o personagem. Em geral, eu peço para me contarem seus “probleminhas”. Nós estamos ali para ajudar a disfarçar os problemas e enfatizar as coisas maravilhosas. Quando tudo isso está sacramentado, nós passamos para a parte de produção.

UF – Você leva em conta apenas o aspecto psicológico do personagem ou está ligada nas tendências de moda?
MC – Eu vejo o que está acontecendo no mundo da moda. Sobretudo quando o personagem é uma mulher antenada. Porque eu posso perfeitamente receber uma novela em que a mulher seja uma dona-de-casa que fica trancafiada, e aí então esse mundo da moda não é necessário. Mas como uma novela tem muitos perfis, nunca me aconteceu de eu não ter que pesquisar tendências.

UF – Como não tornar o personagem caricato, já que o figurino se baseia principalmente na personalidade?
MC – É preciso ter mão leve e bom senso. Os “bons cozinheiros”, ou, no caso, as boas figurinistas têm a chamada “mão”. Quem não tem isso, é melhor ir fazer outra coisa.

UF – Há diferença em fazer figurino de uma novela de comédia, como é o caso de “Caras e Bocas”, e uma novela mais dramática?
MC – Claro. Em uma comédia, você pressupõe que a trama seja leve, colorida e agradável aos olhos. Não tem por que eu fazer uma vilã, como a Judith, interpretada pela Deborah Evelyn, escura. Ela pode fazer maldades horríveis vestida de Glória Coelho e outras grifes famosas.

UF – Percebemos nos últimos trabalhos que o figurino das vilãs é bem mais atrativo para o público do que das mocinhas. O que você pensa sobre isso?
MC – Há uma preferência enorme do povo pelas vilãs. Tanto que as atrizes gostam muito de fazer as vilãs. Porque a mocinha sofre. Você vê a Helena em “Viver a Vida”. Não é que a Taís Araújo seja má atriz, mas ela vive um sofrimento só. E aí aparece a Dora, da Giovanna Antonelli, muito alegre. Em geral, a heroína é mais difícil de compor. Tem que haver uma dose de romantismo, mas não demais. Também uma dose de doçura, sem ficar melado.

UF – Agora que “Caras e Bocas” está chegando ao fim, já está acertada para alguma outra novela ou trabalho?
MC – Fui escalada para uma próxima novela. No dia 3 de janeiro, entrego “Dalva de Oliveira”, que eu fiz junto com a novela, uma coisa louca. No dia 8 de janeiro, acaba a novela, então eu serei uma pessoa livre e ninguém vai me achar até março, quando me apresento para fazer o remake de “Tititi”. Já estou com a sinopse, observando coisas interessantes na rua, mas ainda não planejei nada.


Cena da novela Caras e Bocas


UF – Sabemos que lojas renomadas de São Paulo são fontes de figurino para você. Procura também marcas novas?
MC – Eu tenho uma trabalheira infernal porque não só a Globo é enorme, como eu tenho muitas colegas que são antenadas, e a gente não pode colocar as mesmas coisas no ar. Então eu confesso que está ficando cada vez mais trabalhoso. Isso é um desafio que me faz procurar coisas inéditas.

UF – Já pensou em atuar também em alguma outra área da moda, como criação para uma marca?
MC – Quando me chamaram para fazer televisão, eu trabalhava na moda, na loja Obvius, no Rio de Janeiro (RJ). Por isso que fiz esse link da moda com a televisão. Mas faz tanto tempo, que tudo mudou muito. E depois que você entra na Globo, não tem como fazer outras coisas paralelas, porque é muita solicitação.

UF – Você é conhecida por ter criado alguns hits em novelas, como as sandálias e meias de “Dancin´Days”. Ao planejar a caracterização de algum personagem, dá para saber o que pode se tornar um sucesso?
MC – Mais ou menos. Já tenho um grande feeling, afinal são 35 anos atuando na área. Quando eu fiz a Dafne (em “Caras e Bocas”) neste ano, percebi que ela ia dar o que falar. Mas a novela precisava estourar do jeito que estourou. Se uma trama passa batido, você não faz sucesso sozinho.


Meias de lurex com sandálias viraram hit

UF – A novela é uma grande lançadora de modismos, não só para as classes populares. Na sua opinião, por que isso acontece?
MC – A novela tem a mesma função que Hollywood teve nos anos 1930, 1940 e 1950: a de mexer com o inconsciente das pessoas. As moças são espetaculares, têm maridos espetaculares, romances inacreditáveis, viajam. Todo mundo quer ser assim. Então é um pouco de fantasia. E você compra pelo visual, que é a única coisa que se tem acesso. A conta bancária não dá. O marido depende de sorte. As roupas são o mais fácil.

Por Juliana Wecki
Fotos: Leonardo Rosa/Divulgação e Reprodução

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