Fendi: uma ode às duas faces da Cidade Eterna
A Fendi voltou às suas raízes em seu desfile realizado em Milão, nesta segunda-feira (18), e fez referência a todos os elementos contraditórios de sua cidade natal, Roma: o moderno versus o antigo, o diabólico versus o sagrado.

A Fendi nomeou esta coleção "Fendi /Fiend Roma /Amor", e a decoração de túnel escuro com uma passarela preta e cores sombrias foi bastante ameaçadora, assim como os pequenos demônios, os sapos diabólicos e as cobras com língua FF incorporados em muitos looks. "Até o logotipo da marca sugere isso. Os duplos Fs se confrontando. Roma sempre estará enfrentando o velho; a escuridão da noite e o intenso sol da tarde. Religião e abandono", disse Silvia Fendi ao FashionNetwork.com. Até mesmo a música capturou essa dicotomia entre o sagrado e o profano com a versão em canto gregoriano de Blue Monday da sugestiva "How Does It Feel”, de New Order.
E é bom ver que a Fendi, a marca italiana mais famosa da LVMH, está comprometida em manter um espírito familiar. Foi o artista Nico Vascellari, companheiro da filha de Silvia Delfina Delettrez, que desenhou os croquis e estampas. Nico, como é conhecido, até criou uma carta de baralho com Silvia caracterizada como rainha e o diretor criativo de longa data da marca, Karl Lagerfeld, como um coringa, apelidado de "JoKarl".
O elemento-chave da coleção foi a jaqueta leve: em camurça com corte de colete de caçador de pato; como um colete de jogador de golf, com dois "F" curvos; ou uma jaqueta de beisebol em cashemere quadrada com elástico na cintura, punhos e decote. E em versões com xadrez de alta tecnologia, algumas melhores que as versões em organza de nylon da Fendi.
"Silvia é um espírito tão livre, ela cria com espírito romano", disse Serge Brunschwig, o recém-nomeado CEO da Fendi, em um estado de espírito efervescente, o que é compreensível depois de um desfile como este, repleto de mercadorias altamente comerciais.
Sua próxima parada é Paris, onde a Fendi apresentará um desfile na Semana da Alta-Costura no dia 4 de julho. "Um desfile Fendi Couture", enfatizou Serge Brunschwig, uma vez que a coleção já havia sido apresentada anteriormente como Haute Fourrure. "Queríamos expandir o conceito e a oferta", explicou o CEO.

Na primeira fileira do desfile, havia um público bem eclético: o belo Jamie Campbell Bower, vocalista do grupo Counterfeit e ator dos filmes do Harry Potter; a rapper M.I.A (vestida com logotipo da cabeça aos pés); o grupo britânico de rap Last Night In Paris; o ator anglo-francês, César Finnegan Oldfield; o boxeador Chris Eubanks Jr, a influenciadora de Hamburgo Caroline Daur, e a rapper chinesa Miss Vava.
Nos bastidores, a sensação era de estar no Bund de Shanghai, com a quantidade de fãs e VIPs chineses se amontoando para conseguir uma valiosa selfie com Silvia Fendi. Todos os fãs ostentavam ao menos um FF duplo em seu look. E na passarela, era difícil se lembrar de um look sem logotipo, presente em bonés de golfe, sandálias, ou nas bolsas usadas pelo cast.
E, embora seja verdade que poucas grifes têm usado o poder de sua marca de forma tão espetacular como a Fendi, o excesso de logotipo é quase contra-produtivo. Podemos gostar de logotipos, mas a Fendi está perto de cruzar a linha do excesso.
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