Exclusivo
10 de mai. de 2011
Feira calçadista gaúcha está "sem dono"
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10 de mai. de 2011
A folha em branco para alguém desenhar uma nova feira calçadista, juntando fabricantes e lojistas nos pavilhões da Fenac – desafio lançado pelo prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann, durante a Fimec – não deve ter os tão almejados traços. Pelo menos no que depender da Francal, Couromoda e Merkator (promove o Sicc, em Gramado).
Polidos nas palavras, os presidentes das promotoras falaram que podem ser parceiros no quesito “ajuda”, desejam sucesso à nova empreitada, mas, ao mesmo tempo, deixaram bem claro que uma intervenção pessoal está descartada. Ou seja, assumir o compromisso de realizar uma feira na Fenac, nem pensar, até porque “o mercado é o patrão maior”, ditando que não há espaços em branco no calendário de eventos do setor.
Nas mãos do governo do Estado
A realização de uma feira de calçados em Novo Hamburgo deve ser zona de interesse do Estado, que precisa definir se quer ou não colocar o assunto em debate. Este foi o argumento levado pelo prefeito Tarcísio Zimmermann ao Palácio Piratini na semana passada. Segundo ele, o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, deve convidar para uma reunião os maiores empresários do setor calçadista para tratar diversos assuntos, entre eles o chamamento para a realização de uma grande feira. “Mantemos a nossa oferta, mas está nas mãos do governo do Estado”, contou Tarcísio.
Ao fazer uma avaliação do ponto de vista social – os fabricantes calçadistas empregam um quarto dos trabalhadores industriais do Rio Grande do Sul –, o prefeito hamburguense disse que este número por si só justificaria um espaço para o setor no ambiente de negócios do governo gaúcho. Ainda conforme ele, a aposta para a realização da nova mostra calçadista nos pavilhões da Fenac seria o mês de novembro.
O que dizem
COUROMODA - Francisco Santos, fundador e presidente da Couromoda, foi direto:“Não temos pretensão de participar. A Couromoda já fez o seu papel”, disse ele, lembrando o grande investimento feito na Fenac estilo Couromoda, que ocorria em junho. “Na época (a primeira edição foi em 2001), não conseguimos caminhar”, comentou, acrescentando que “estávamos a oito ou dez anos adiantados na nossa mensagem de que era preciso uma feira neste período, mas não fomos entendidos”.
MERKATOR - Considerado um forte candidato, inclusive chegou a receber propostas da Fenac, o presidente da Merkator, Frederico Pletsch, também é da turma do “não”.“O barco passou”, disse ele. Para Pletsch, tanto o Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc) como a Zero Grau – a primeira edição será em novembro – só tem um local: Gramado, ideal para o turismo de negócios.Além disso, há umacordo com cerca de 10 sindicatos das indústrias de calçados, que representam 90% da produção de calçados do RS. “Nenhuma decisão é tomada sem o amém de todos”, observou, alegando que “não há por que mexer no que está dando certo”.
FRANCAL - “O mercado é livre. Respeitamos toda e qualquer iniciativa. A Francal, no entanto, é um garçom do mercado e faz aquilo que ele pedir.” Assim o presidente Abdala Jamil Abdala resume sua posição sobre o papel em branco disponibilizado pela Prefeitura de Novo Hamburgo. A declaração de Abdala respalda uma lógica de mercado, que não há condições tanto para os fabricantes como para os lojistas (haveria divisão de público) de se fazer duas feiras simultâneas, em locais diferentes.
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