23 de set. de 2014
Fashion Week feminina: Paris num entre e sai inesquecível
23 de set. de 2014
Depois de Nova York, Londres e Milão, chegou a vez de Paris assumir e terminar o revezamento das coleções de prêt-à-porter feminino para a temporada de primavera-verão 2015. Uma semana da aguardadíssima moda, que se desdobrará em 9 dias, da terça-feira 23 de setembro a quarta-feira 1º de outubro, ao longo da qual vários jovens criativos darão os seus primeiros passos, três marcas marcarão seu retorno ao calendário oficial, enquanto outros darão adeus, como Jean Paul Gaultier, que está abandonando o prêt-à-porter.

Cerca de 5.000 visitantes são aguardados em Paris para esta edição que conta com 93 desfiles previstos, contra uma centena em setembro de 2013, aos quais se juntarão uma dezena de espetáculos fora do calendário e várias apresentações de criativos de 24 nacionalidades diferentes. As festividades ocorrem no Palais de Tokyo, centro nevrálgico da Semana Parisiense com 18 desfiles, bem como em outros locais emblemáticos da capital, tais como o Grand Palais, o Palais des Beaux-Arts e tantos outros.
Anthony Vaccarello abre a Semana de Moda esta terça-feira, ao lado dos dois novos nomes, que operam assim a sua entrada na semana parisiense: o Japonês Anrealage e o Americano Hood by Air. Já o terceiro recém-chegado, o Indiano Rahul Mishra, é aguardado para o 1º de outubro.
Na quarta-feira (24), será a vez, entre outros, de Guy Laroche, Dries van Noten, Alexis Mabille, Rochas, seguidos na quinta (25) de Balmain, Carven, Nina Ricci, Rick Owens e Lanvin, enquanto os pesos pesados Christian Dior desfilará sábado, Céline e Givenchy domingo, Ungaro, Elie Saab e Saint Laurent segunda-feira, Chanel e Valentino terça-feira, Vuitton, Hermès e Miu Miu no último dia, na quarta-feira, 1º de outubro.
Dentre os pontos altos da Semana, vale ressaltar a coleção feminina da Loewe, que volta a desfilar em Paris na sexta-feira, 26 de setembro, e que será assinada pela primeira vez pelo Norte-irlandês Jonathan Anderson. A marca espanhola de artigos de couro e de prêt-à-porter do grupo LVMH aposta, para o seu desenvolvimento, neste talentoso designer de cerca de trinta anos, cuja marca pessoal, a J.W.Anderson, desfilou em 13 de setembro passado, durante a Fashion Week de Londres.

Outro grande retorno aguardado é aquele de Thierry Mugler, que regressa aos pódios parisienses no sábado, 27 de setembro, tendo no comando o Georgiano David Koma, cuja coleção própria desfilou também em Londres. A casa de moda do grupo Clarins, que tira o básico dos lucros da sua atividade de perfumes, deseja voltar a centrar os seus esforços na moda feminina, suas raízes históricas, e espera relançar-se com este jovem prodígio de 28 anos, revelado nas Fashion Weeks de Londres.
Esta edição será também marcada pelo retorno às passarelas, na segunda-feira, 29 de setembro, do estilista australiano Martin Grant, sediado em Paris desde 1992, o qual, depois de ter desfilado por muito tempo, se focou em apresentações nas últimas temporadas.
Outro espetáculo aguardado, ainda para segunda, é o da Francesa Julie de Libran para Sonia Rykiel, que substitui, a partir da temporada primavera-verão 2015, Nadège Vanhee-Cybulski. Esta alteração “talvez soe o alarme da marca, que teve seus momentos de glória nos anos 1980 e que suscita simpatia no público”, observa Serge Carreira, conferencista de “Moda e Luxo” no Sciences Po Paris.
Veremos Nadège Vanhee-Cybulski, que trabalhou para Margiela, Céline e The Row, na direção artística da Hermès a partir do outono-inverno 2015, onde ela sucede... a Christophe Lemaire, uma vez que este último preferiu voltar a concentrar-se na sua linha pessoal. Por isso, o estilista apresentará esta semana a sua última coleção na Hermès. Imperdível, na quarta-feira, 1º de outubro.

Mas o desfile mais concorrido será, sem dúvida nenhuma, o de Jean Paul Gaultier, programado para o Grand Rex, que se anuncia desde já bastante festivo e inesquecível. Depois de 38 anos de coleções, a criança terrível da moda francesa apronta-se para cessar a atividade do prêt-à-porter “para se concentrar na alta-costura e nos perfumes”.
Na realidade, o grupo espanhol Puig, acionista majoritário da marca, decidiu interromper as linhas de prêt-à-porter, masculina e feminina, já que a empresa registrou pesadas perdas. O grupo recusou fornecer qualquer informação sobre a saúde financeira da casa de moda. Segundo Serge Carreira, citado pela AFP, o fim do acordo de licença com a Italiana Aeffe há dois anos complicou o equilíbrio do jogo. Até então, “as despesas de desenvolvimento e de produção de uma coleção não eram encargos da casa de moda” Gaultier.
Dominique Muret com AFP
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