Reuters API
Novello Dariella
21 de set. de 2018
Farfetch fixa preço de IPO acima do intervalo indicativo
Reuters API
Novello Dariella
21 de set. de 2018
PARIS (Reuters) - Farfetch, o site britânico de luxo, fixou na sexta-feira o preço do IPO a 20 dólares por ação em Nova York, acima do intervalo indicativo, mostrando uma valorização de mais de 5,8 bilhões de dólares, que ressalta a importância do comércio online para as marcas de luxo. O comércio eletrônico se tornou um dos principais impulsionadores de crescimento para marcas de alto nível, que inicialmente temiam que esse canal de distribuição pudesse prejudicar a sua imagem.
Fundada em 2008, a Farfetch abriga cerca de mil lojas multimarcas independentes, e permite que os distribuidores tenham amplo acesso a clientes de luxo, e que designers pouco conhecidos que tenham uma grande vitrine online.
O site britânico em plena expansão, cujo IPO foi definido entre 17 e 19 dólares por ação, estreia no mercado de ações em Wall Street nesta sexta-feira. Se o preço ultrapassar esse intervalo, não significa que os analistas não irão levantar algumas questões sobre o processo.
A Farfetch espera angariar 885 milhões através de uma emissão de 33,6 milhões de novas ações e graças aos seus atuais acionistas, incluindo os primeiros apoiadores, como Advent Venture Partners e Vitrurian Partners, que irão ceder 10,6 milhões de ações.
O IPO da Farfetch, fundada pelo empresário português José Neves, valoriza o grupo em 5,8 bilhões de dólares, em relação ao número de ações disponíveis em seus últimos lançamentos no mercado. A inclusão de ações apenas para funcionários custaria 6,3 bilhões de dólares ao grupo, informou a Farfetch.
A JD.com, empresa de comércio eletrônico número dois da China, que adquiriu ações adicionais em uma colocação privada, é uma das atuais investidoras da Farfetch.
E-commerce, um quarto das vendas de luxo em 2025
Diante da ascensão do comércio online de luxo, nos últimos anos a concorrência se intensificou entre grandes os grupos como a LVMH, proprietário da marca Louis Vuitton, e operadores independentes que buscam captar clientes na Internet.
Richemont, o conglomerado suíço proprietário da Cartier, assumiu o controle da plataforma Yoox Net-A-Porter este ano, em uma operação avaliada em 5,3 bilhões de euros.
A Farfetch, que está em déficit desde a sua criação, registrou um aumento de 59% nas vendas em 2017, para 386 milhões de dólares. O grupo atraiu investidores importantes para seu IPO como Artemis, holding da família Pinault, que controla a Kering.
A Farfetch, que concorre com outras plataformas de luxo online como MyTheresa e MatchesFashion, também se tornou especialista em tecnologia ao trabalhar com marcas como a Chanel e o grupo de luxo britânico Burberry, para se destacar dos seus concorrentes.
De acordo com a consultoria Bain, as vendas online deverão representar um quarto da receita do setor de luxo até 2025, em comparação com pouco menos de 10% hoje, em parte devido à demanda de consumidores jovens em mercados como a China.
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