AFP
Helena OSORIO
23 de dez. de 2022
Exposição em Tóquio traz o fascínio da Dior pelo Japão
AFP
Helena OSORIO
23 de dez. de 2022
A exposição Christian Dior: Designer of Dreams, inaugurada no dia 21 de dezembro, no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, apresenta o fascínio do designer francês pelo Japão.

A exposição Christian Dior: Designer of Dreams chega ao Japão após atrair multidões em Paris (2017), Londres (2019) e Nova York (2021), e ficará em cartaz até o dia 28 de maio de 2023. A edição japonesa apresenta 350 vestidos de alta costura, incluindo peças inspiradas no Japão e expostas em cenários concebidos para homenagear a cultura japonesa.
O arquiteto parceiro da OMA, Shohei Shigematsu, criou estruturas, incluindo uma sala coberta com uma fachada tridimensional ondulada construída a partir de papel washi tradicional translúcido colado a molduras de madeira. "Quando a Dior faz uma saia, há uma estrutura e depois o tecido é colocado em cima", disse à AFP. "Me pediram para criar uma estrutura tradicional japonesa, por isso pensei nestas telas shoji, por exemplo, que têm uma estrutura de madeira e são cobertas com papel".

Cada parte da exposição apresenta um design interior diferente destinado a mostrar várias formas da cultura japonesa. "Existe uma seção inspirada numa sala de tatami encomendada separada por portas de correr. Mas nem tudo é simples e minimalista no Japão", lembra o arquiteto. "Temos designs diferentes como jardins japoneses e quimonos de cores muito vivas. Eu queria mostrar facetas do Japão que as pessoas desconhecem", acrescenta Shohei Shigematsu.
Christian Dior apresentou a sua primeira exposição no Japão em 1953, e o designer fundador da maison sentiu um verdadeiro fascínio pelo país. "Dior tinha muito respeito pela cultura tradicional japonesa e escreveu sobre ela nas suas memórias", disse por sua vez a curadora da exposição, Florence Müller. "Penso que existe um fascínio mútuo entre França e Japão", diz.

A partir dos anos 50, a Dior também colaborou com empresas japonesas, dando-lhes os direitos de adaptação e reprodução dos estilos Dior para se adequarem aos gostos locais. Como sinal da popularidade da marca, a antiga imperatriz consorte Michiko do Japão escolheu um vestido Dior feito de têxteis japoneses para o seu casamento com o príncipe Akihito em 1959, que é atualmente imperador emérito por problemas de saúde, tendo sido o 125.º imperador do Japão entre 1989 e 2019.
A exposição de Tóquio inclui peças históricas criadas por Christian Dior, bem como obras de diretores criativos mais recentes, e apresenta várias peças inspiradas pelo Japão. Entre estas incluem-se um casaco de John Galliano com a inscrição "The Great Wave Off Kanagawa" na base da sua saia, e vestidos de corte fino com cintos ao estilo japonês obi, desenhados por Raf Simons. O austero vestido casaco de Dior chamado "Rashomon" – com o nome de um romance e filme japonês dirigido por Akira Kurosawa – também está em exibição em Tóquio.
"Esta exposição mostra o respeito mútuo entre Japão e França na sua abordagem ao artesanato, moda, design e arte", conclui Shigematsu.
Por Natsuko FUKUE
Copyright © AFP. Todos os direitos reservados. A Reedição ou a retransmissão dos conteúdos desta página está expressamente proibida sem a aprovação escrita da AFP.