Ermenegildo Zegna assume a direção da australiana Achill

Por

Dominique Muret

Publicado em
16 de jul. de 2014

O grupo italiano Ermenegildo Zegna passa a adotar a verticalização, controlando todas as etapas da cadeia produtiva: da matéria-prima à fabricação dos tecidos, passando pela confecção dos vestuários até a sua venda.

Especializado no menswear, o grupo italiano de luxo acaba, na realidade, de assumir a parcela majoritária na Achill, uma fazenda australiana especializada na produção de lã superfina, situada na Nova Inglaterra, anunciou o presidente da empresa Paolo Zegna, ao longo de uma coletiva de imprensa realizada na semana passada em Sydney.

“Esta aquisição representa uma etapa decisiva para a empresa: agora a Zegna assumiu a responsabilidade direta da fase de produção das suas matérias-primas. Com esta operação, o grupo consolida a sua estratégia completa de verticalização e reafirma o seu apoio de longa data à indústria da lã”, destaca a empresa centenária de Biella, uma província italiana da região de Piemonte.

O grupo italiano sempre utilizou para os seus tecidos, reconhecidos por sua grande qualidade, as finas lãs australianas. Com esta aquisição, ele amplia a sua cadeia de fornecimento vertical.

A Achill é uma fazenda situada no estado de Nova Gales do Sul, conhecida por sua qualidade, pela elevada resistência e pela elasticidade da lã que produz. A empresa é administrada pelo jovem empresário Charlie Coventry (42 anos), da sexta geração de criadores da fazenda, que conta atualmente com um rebanho de cerca de 12.500 carneiros da raça Merino e de 1000 bovinos “criados ao ar livre e de acordo com as práticas modernas de pastagem”, explica a empresa.

Hoje, o grupo Zegna manipula e consome o equivalente a 1,5 milhão de quilos de lã de altíssima qualidade por ano. “É uma grande fonte de orgulho o fato de termos entrado oficialmente no mundo da cultura da lã enquanto produtor. Nossa escolha pela aquisição de uma propriedade de produção de lã na Austrália destaca a vontade do grupo de promover uma região e uma fibra que desempenham um papel crucial na nossa história e no nosso patrimônio”, conclui Paolo Zegna.