Ennio Fontana explica o plano de relançamento da Roberto Cavalli
A marca italiana Roberto Cavalli, que em novembro de 2019 passou para as mãos da Damac, que pertence empresário dos Emirados Árabes Unidos, Hussain Sajwani, se prepara para ser renovada pelo novo CEO, Ennio Fontana. O gestor, que substituiu Gian Giacomo Ferraris em outubro, tem ideias muito claras para o relançamento da empresa. Um plano que envolverá todos os ângulos: coleções, licenças, atacado e varejo.

“Roberto Cavalli sofreu nos últimos anos e ainda há muito a ser reparado. Mas é uma marca com enorme potencial, tanto pelo seu reconhecimento e fama mundial, como pelo estilo de vida que personifica e pela multiplicidade de propostas que apresenta. É claro que o vestuário feminino sempre teve um papel de destaque e representa 85% do negócio. Queremos mantê-lo e expandir esta maravilhosa clientela feminina, que usa a nossa marca pelo seu carácter sofisticado e sexy. Mas também queremos abrir um novo segmento para uma mulher casual que usa moletom, roupas esportivas e tênis", explicou Ennio Fontana ao FashionNetwork.com.
“Depois existe outro universo, o masculino. Queremos desenvolver o seu potencial e torná-lo mais urbano, com coleções que atraiam um cliente mais jovem. Temos outro desafio pela frente: nos estabelecermos no mercado de calçados, tanto masculinos como femininos (a licença dos calçados masculinos foi confiada a Rodolfo Zengarini e acaba de se recuperar internamente), e fazer com que atinja 20% do negócio. Também queremos crescer no segmento de artigos de couro, tanto em termos de coleções, quanto design e qualidade. Vamos trabalhar para fortalecer a equipe criativa sob a direção de Fausto Puglisi, que está mais do que qualificado para liderar o estilo da Roberto Cavalli", acrescentou.
Parte da atividade da marca é desenvolvida através de licenciados. Staff International (OTB Group) manterá a linha Just Cavalli até o final de 2026 e as coleções de óculos, itens de decoração e perfumes continuarão a operar sob licença.
“Tenho em mente um belo projeto para envolver nossos principais parceiros licenciados na boutique da Via Montenapoleone (Milão)”, explica o gestor.
“Com seus 1.500 metros quadrados divididos em cinco andares, é um lugar que se adequa perfeitamente à criação de um Mundo Cavalli, no qual coexistirão a linha principal e a linha Just Cavalli, as propostas para homens, crianças, perfumes, acessórios, relógios e decoração. O setor de decoração, em particular, funciona muito bem. O Grupo Jumbo é um parceiro ideal e gostaria de dedicar um andar inteiro da loja à esse setor. Também estou pensando em instalar um Cavalli Café para oferecer um vibrante ponto de encontro gastronômico e exclusivo para nossos clientes", diz.

Existem, portanto, muitos projetos em andamento, também em relação à distribuição, onde o objetivo do novo CEO é crescer em todas as áreas: atacado, omnichannel, varejo e e-commerce. No atacado, Ennio Fontana quer atingir entre 200 - 300 clientes em dois ou três anos.
Quase tudo pronto para a abertura na rue du Faubourg Saint Honoré, em Paris
No entanto, quando se trata de varejo, Roberto Cavalli possui atualmente 20 lojas próprias em todo o mundo e, a médio e longo prazo, Ennio Fontana está considerando abrir lojas na Alemanha, Áustria e Rússia. Os Estados Unidos estão no centro das atenções, já que Cavalli fez um grande sucesso lá no passado, e, inicialmente, estão planejadas inaugurações em Miami, Los Angeles e Las Vegas.
“Em breve deveríamos estar prontos para inaugurar nossa loja em Paris, na rue du Faubourg Saint Honoré, e uso a condicional porque os prazos obviamente dependem da evolução do coronavírus. Se eu tivesse que escolher outros pontos na Itália, Nápoles seria, junto com Roma e Milão, um lugar interessante e adequado para o nosso produto”, conclui Ennio Fontana.
E quanto ao faturamento? Este vem diminuindo há vários anos e em 2017 ele atingiu 140 milhões de dólares. Ennio Fontana quer alcançar 170 milhões de euros em vendas em cinco anos.
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