Reuters
Novello Dariella
29 de ago. de 2019
Empresas com Gap Inc. querem usar a água com mais sabedoria
Reuters
Novello Dariella
29 de ago. de 2019
Vestir calças jeans pode tem um custo além do preço, uma vez que bilhões de toneladas de água são usadas globalmente a cada ano para fabricar estes e outros bens de consumo.

Com o crescimento populacional e as mudanças climáticas tornando a água um recurso cada vez mais escasso e precioso, usá-la com sabedoria é agora a chave para manter uma empresa lucrativa. Desde o cultivo de algodão para têxteis até à fabricação de bebidas e a garantia de água suficiente para os consumidores, o uso eficiente da água está no topo da agenda, disseram representantes de marcas populares durante os eventos de abertura da Semana Mundial da Água, em Estocolmo.
"A Gap Inc. enxerga a água como um direito humano", explicou Lisa Hook, que trabalha com inovação sustentável para a Gap Inc., à Thomson Reuters Foundation. "Não podemos fazer negócios onde não há água”. O algodão é uma safra com sede e é necessário cerca de mil litros de água para fazer um par de jeans, diz Hook. A indústria global de vestuário também contribui com cerca de 20% da poluição de fontes de água doce ao redor do mundo com suas lavanderias, usinas e outras instalações, acrescenta ela.
Muitas empresas agora operam em regiões que enfrentam alto estresse hídrico, como Índia, Vietnã e Califórnia, disseram os representantes das empresas. Até 2025, metade da população mundial estará vivendo em áreas com falta de água, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O crescimento populacional, a mudança climática, a expansão econômica e agrícola e o desmatamento estão colocando maiores pressões sobre o suprimento limitado de água do mundo, dizem os cientistas.
Para a empresa sueca de móveis Ikea, a escolha do consumidor também é uma motivação importante para melhorar as práticas de água. "Há uma clara demanda dos clientes" por produtos mais ecológicos, diz Kajsa-Stina Kalin, líder de "vida saudável e sustentável” da Ikea. Segundo ela, “a verdade é que a mudança climática não é mais uma ameaça distante” e “como uma grande marca global, sabemos que somos parte do problema, mas realmente queremos fazer parte da solução”.
A empresa, que teve um bilhão de visitas às suas lojas distribuídas em 52 países no ano passado, tem como objetivo reduzir e reutilizar a água em todas as suas operações em uma tentativa de atrair clientes ambientalmente conscientes. "Sabemos que as pessoas estão optando cada vez mais por não fazer compras em empresas e marcas que não têm um trabalho ativo de sustentabilidade", diz Kalin.
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