Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (17), Eloysa Simão, empresária e idealizadora do Senac Rio Fashion Business (que acontece de 23 a 27 de maio na cidade do Rio de Janeiro), levantou a discussão do calendário de lançamento de moda nacional. "O adiantamento do calendário é necessário para nossa sobrevivência. O Brasil compra tecidos para só depois vendê-los. Os empresários estrangeiros acham esta lógica uma loucura, não entendem o fato de lançarmos coleções em maio e entregarmos em agosto. Lá fora o que é lançado agora só é entregue em novembro, dezembro", disse Eloysa.

Eloysa Simão (no meio) durante a coletiva que aconteceu no - Jockey Club da Gávea, no RJ - Foto: Francisco Silva/AgNews Terra

A proposta da empresária assustou algumas marcas, como ela mesma relata. "Alguns representantes de marcas ligaram para o meu escritório alegando que eu queria 'antecipar' o inverno. Não sou mágica, não tenho como fazer isso. O que digo é: vamos discutir o calendário. Durante o Fashion Business terá uma frase que é bastante apropriada, 'se não você, quem? Se não agora, quando?'. As indústrias de manufatura têxtil não vão mudar, quem têm de mudar somos nós".

Sob o tema "Trans-Formação", a 18ª edição do evento está em busca do novo casulo e de novo DNA. "Somos responsáveis pela formação da cadeia produtiva de moda. Temos de formar bons gerentes, bons coordenadores, formar pensadores, porque não queremos disputar apenas no design, mas também nos preços", falou Eloysa.

Por ser uma bolsa de negócios, os números não poderiam ser ignorados. "O resultado final do Fashion Business não significa que o mercado está crescendo na mesma proporção, e sim que o evento está bem. Não é que o mercado de moda esteja maravilhoso, estamos comemorando o evento. Não respondemos pela moda brasileira, respondemos pelo resultado durante os dias de Fashion Business, que tem apresentado números animadores".

Tecnologia e moda são duas esferas que devem dialogar cada dia com mais força, e no Fashion Business esta interligação será representada pelo Salão Tech. "Não dá para falar em marketing de moda sem falar em tecnologia", alerta Eloysa.

Outra missão que o evento traz para si é o de consolidar a vocação do Rio de Janeiro para ser o grande líder de moda do País. Para isso, reúne 310 expositores, 17 desfiles, 20 mil lojistas credenciados, mil compradores VIPs, previsão de receber mais de 60 mil visitantes, investimento de 16 milhões de reais, lounge de economia criativa e solidária, lounge do artesanato brasileiro, salão de tecnologia, setor gastronômico, campanha de recolhimento do lixo tecnológico e oficinas onde estudantes de moda desenvolvem e apresentam para o público seus trabalhos.

Para embarcar no tema do Fashion Business, no dia 23 de maio às 20h, a festa de abertura - inspirada nos anos 70 - contará com o show de uma transformista. "Isso vem ao encontro da campanha 'Rio sem homofobia' e da 'Trans Formação'. Os transformistas são pessoas que há muito tempo discutem a transformação pessoal, da aparência e do sexo", afirma. "Queremos começar com muita alegria", completa Eloysa, que ao final da coletiva deseja a todos "bons negócios".