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Ansa
Publicado em
6 de out. de 2014
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5 Minutos
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Economia ofusca projeção do Brasil no exterior

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Ansa
Publicado em
6 de out. de 2014

São Paulo – (ANSA) – Há mais de uma década almejando o status de "grande potência", o Brasil terá de superar os desafios em sua economia interna para poder concretizar o maior objetivo de sua política externa.

Consultados pela ANSA, especialistas concordam que o caminho brasileiro rumo ao reconhecimento como protagonista da ordem global passa por ajustes econômicos e por uma postura mais pró-ativa em temas de interesse internacional.


“Independente de quem formar o próximo governo, a grande questão será econômica. Este é o maior desafio”, afirmou o coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) e professor da Unesp, Luis Fernando Ayerbe.

Por não ter capacidade militar equivalente à de grandes potências como Estados Unidos, França e Alemanha, resta ao Brasil se esforçar para conquistar um crescimento econômico compatível com o de países emergentes, como China, Rússia, Índia e África do Sul, que, juntos, formam o grupo dos BRICS e também buscam maior participação e voz nos organismos internacionais.

“O crescimento econômico do Brasil há quatro anos deu a impressão de que o país estava se tornando uma grande potência, como a China. Porém, o baixo desempenho atual e a inflação afetam a projeção internacional”, afirmou à ANSA o ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Felipe Lampreia (1995-2001).

Professor de Relações Internacionais da FGV, Oliver Stuenkel concorda com as consequências negativas que o baixo crescimento econômico gera sobre a imagem do Brasil no exterior. “O Brasil de FHC e Lula estava em ascensão, o que proporcionava uma boa vontade internacional e uma legitimidade. A economia estagnada reduz o espaço de manobra”, afirmou.

A retração na política externa brasileira também foi observada do outro lado do Atlântico, de acordo com a professora alemã Barbara Fritz, da Freie Universitat, em Berlim. “Um país em declínio econômico tem dificuldade em exercer papel de líder, porque não dispõe de flexibilidade para se estabelecer com outros países", disse.

Sem força bélica e econômica, o novo governo brasileiro dificilmente terá material de barganha no exterior, o que gera obstáculos em negociações. Um dos exemplos deste tipo de entrave é o acordo de livre comércio negociado entre Mercosul e União Europeia (UE), que há quase 15 anos tenta sair do papel.

“Não vejo nenhuma possibilidade de negociação com a UE ou com outros países se a economia brasileira continuar assim. Precisa haver um reajuste econômico que tire a indústria brasileira desta crise avançada, a qual dificulta a capacidade de negociação do Brasil”, afirmou à ANSA o ex-embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero.

O ex-ministro, porém, acredita que pouquíssimas mudanças ocorrerão na economia e na política externa brasileira caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita no pleito de outubro. “Até agora, Dilma não sinalizou, nem disse ter motivos, para grandes mudanças”, comentou.

De acordo com os especialistas, contrastando com o ativismo da política externa brasileira nos governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), a gestão de Dilma ficou marcada pelo afastamento do Itamaraty, pela falta de importância dada às questões internacionais e pela maneira técnica de se fazer diplomacia.

“Todos em Brasília são unânimes em dizer que os problemas em política externa atuais são reflexos da personalidade de Dilma, que demora para receber credenciais de embaixadores e assinar acordos. Ela é muito centralizadora e não tem paciência para o jogo diplomático”, comentou Ricupero.

"Pela primeira vez, o Brasil teve um líder que não procurou ter uma posição notável dentro do cenário internacional. Dilma não continuou o processo de expansão, reduziu o orçamento do Ministério de Relações Exteriores e deu pouquíssima atenção aos assuntos do Itamaraty", observou Stuenkel, afirmando que a mandatária se envolveu raramente em iniciativas de política externa, sendo a mais expressiva a condenação das práticas de espionagem dos Estados Unidos, com o consequente cancelamento de sua viagem a Washington e a organização da conferência NetMundial sobre governança na web.

Desafios

Na opinião dos especialistas, o vencedor das próximas eleições, que tomará posse em 1 de janeiro de 2015, deverá ter como desafio retomar a economia e os rumos da política externa. Só assim o Brasil poderá voltar a sonhar com o assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, com as reformas nos organismos internacionais e com seu título de "grande potência".

“O Brasil terá que definir onde e sob quais parâmetros sua diplomacia atuará", disse Tania Carranza, da Universidad Nacional Autónoma do México (UNAM).

"O próximo governo precisará redescobrir este ativismo em política externa e sinalizar, não só para o mundo, mas para a região latino-americana, que o Brasil não deixará de ser um ator ativo e está preocupado com a sociedade internacional", comentou Stuenkel.

Rubens Ricupero, porém, ressalta que, entre os candidatos à Presidência, a única que conseguiria ter mais projeção internacional sem depender de resultados econômicos é Marina Silva (PSB).

"Marina tem uma posição forte e central no tema da sustentabilidade. Se for eleita, fará a posição do Brasil avançar muito nos debates internacionais. Além disso, poderá ser uma protagonista na COP21, que ocorrerá em 2015, em Paris, para tentar se fazer o que não foi feito em Copenhague", disse.

Por sua vez, Stuenkel também defende que, independente de quem for eleito, o novo governo precisa buscar novos temas para se envolver internacionalmente, sem que o país fique submisso aos resultados econômicos.

“Essa situação atual de crise global são grandes oportunidades para um país assumir uma posição mais visível. Crises geram desafios e oportunidades. Para que serve um país grande que contribui para soluções de problemas globais apenas quando está tudo bem em casa? A gente não pode ter atores que só conseguem assumir liderança internacional quando a casa está bem. Relações internacionais não são assim", afirmou.

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