Além do laço linguístico que aproxima Angola e Portugal, os 2 países ganharam recentemente uma conexão através da moda. No domingo, 14 de março, os estilistas angolanos Shunnoz e Tekasala desfilaram peças masculinas e femininas da grife Mental para o inverno 2011 durante a 34ª edição do ModaLisboa.

Com o objetivo de criar moda para corpo, mente e espírito, a dupla apresentou um com conceitos africanos expressos em tecidos ocidentais. "A marca é nossa central de ideias, que nos ajuda a desvendar os mistérios da mentalidade social do nosso amado país. Exploramos os vários meios que a imaginação humana dispõe”, explicam os estilistas.

Chamada "Tecido-Adaptação", a coleção conta com estampas de listras, flores e xadrez que se misturam, sugerindo o dualismo e a complementaridade da vida, origens de todos os relacionamentos. As metades representam antíteses como frio e quente, vida e morte, deus e diabo, homem e mulher. Azul, branco, cinza, preto, vermelho, verde e amarelo são as cores propostas para a estação.

Moda angolana ainda é para poucos
Hugo Tiburccio, diretor de comunicação da Xiiks, representante mundial da marca, explica que o principal objetivo da participação da Mental no evento português não é a promoção exclusiva da grife. "Queremos promover a moda angolana como um todo e já confirmamos participação na próxima edição".

A moda em Angola, porém, ainda é cara e só dá acesso a poucos, conforme escreveu recentemente o jornalista Luís Pedro Cabral, para o Jornal Expresso: “Desponta em Luanda uma nova sociedade angolana que, entre festas e champanhe, vive do petróleo, dos diamantes e de negócios multimilionários”. A taxa de desemprego no país é de 80%.

Fotos: Divulgação
Eduardo Pedroso