Fortaleza não é so praia. Há dez anos, Cláudio Silveira, o idealizador do projeto, plantou uma semente chamada moda no coração da cidade. O objetivo era o de divulgar o design produzido pela região nordeste do país e quebrar o monopólio das duas grandes metrópoles: São Paulo e Rio de Janeiro. Com um orçamento apertado (para este evento teve pouco mais de R$ 1 milhão para quatro dias) e ajuda de cerca de 500 apoiadores, foi construído um ambiente com traços peculiares da região que lembra praia, lazer e descanso.

Com a intenção de fortalecer a cadeia produtiva da cidade, que conta com 5 000 lojas de confecção, alguns novos passos devem ser dados em breve. De acordo com Mauro Slomp, está em processo de negociação um estande do Dragão Fashion Brasil no setor denominado Esthetica que faz parte da London Fashion Week.

Em paralelo, ele também contatou o Prêt-à-Porter de Paris para expor o Dragão Fashion Brasil na divisão chamada So Ethic. “Queremos levar a grandes eventos do cenario da moda internacional um pouco da forte identidade brasileira, através de uma concepção artesanal dos seus produtos. Vamos dar um up grade na moda cearense”, explica Mauro Slomp. A resposta definitiva deve ser dada em dois meses.

A 11 edição do Dragão Fashion misturou desfiles de tribos diferentes, revelando uma heterogeneidade típica do tamanho do Brasil. Desde o trabalho minucioso das rendeiras de comunidades carentes do projeto Conexão Solidária, até os vestidos longos de Ivanildo Nunes, inspirados nas criações de Romero Britto, o que se viu foi uma proliferação de formas, cores, texturas, materiais e percepções. “Eu sou o maestro de uma grande comunidade que tenta fazer com que a moda da nossa região seja vista com respeito”, afirmou Cláudio Silveira, na abertura do evento que começou no domingo, 25 de abril e termina na quarta-feira, 28 de abril.

Entre as novidades desta edição, destaca-se o Ceará Business, um espaço com as 17 mais importantes marcas de Fortaleza, que expuseram os seus produtos e deram as mãos aos estilistas e os apoiaram nos deslifes; o Dragão Pensando Moda, que trouxe palestras de profissionais da área, entre as quais a de Peppe Orrú, jornalista italiano que contribui com a Vogue Itália; e o lançamento do site oficial do evento e de uma TV online.

A jornalista foi convidada a cobrir o evento pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, por meio do programa TexBrasil.