Dominique Dufermont (Dior): "A fast jewellery e a slow couture são os pilares do mercado"

Nos tempos atuais, caracterizados por circunstâncias e acontecimentos altamente voláteis, alguns players são capazes de se ancorar a um presente atemporal. Um deles é, sem dúvida, a Dior, uma marca que expressa o seu estilo apelando aos sentidos através dos mais diversos materiais: da seda ao ouro, da caxemira aos rubis, das peles mais sofisticadas às safiras.

As fronteiras cada vez mais tênues entre a alta costura e a joalharia foram o tema de um fórum organizado pela Assogemme (órgão representativo dos produtores italianos de pedras preciosas) realizado no sábado, 21 de janeiro, no salão Vicenzaoro (Itália), com Dominique Dufermont, responsável do departamento de pedras preciosas da Christian Dior Couture, como convidado de honra. Ao longo dos mais de 20 anos da sua multifacetada carreira, Dufermont adquiriu uma vasta experiência. Começou com grandes marcas como Cartier e Van Cleef & Arpels, depois estudou geologia e gemologia para conhecer a fundo o mundo das pedras preciosas e continuou como gestor, empresário e professor na Ecole des Arts Joailliers em Paris.

"A linha entre joias e moda está se tornando cada vez mais tênue", afirma Dufermont. "No passado, a joalheria era uma indústria lenta e a moda era inerentemente rápida, mas hoje a fast jewellery (joalheria rápida) é um dos pilares do mercado, assim como a slow couture (alta costura lenta), o que parece ser uma forte tendência de longo prazo, consistente com o imperativo da sustentabilidade. Marcas como a Dior souberam evitar a armadilha da temporalidade, um fenõmeno que corrói as certezas e dilui a imagem da marca."

O fórum da Vicenzaoro foi moderado por Raffaele Ciardulli, mentor e consultor ativo na indústria do luxo. Entre os oradores esteve também Paolo Cesari, presidente da Assogemme, que sublinhou o papel fundamental desempenhado pelos métiers d'art, os ofícios de artesanato fino que continuam a ser um pré-requisito para a excelência. Também destacou a necessidade de uma abordagem sistêmica e multidisciplinar que contemple o mundo sob novas perspectivas.

"Os métiers d'art são raros e valiosos, e precisam do apoio de projetos culturais e educacionais ousados”, disse Dufermont. “São um pilar fundamental da Dior Couture e da Dior Joaillerie. A aquisição de uma experiência multifacetada permite abordar o mesmo problema sob diferentes pontos de vista, o que constitui uma vantagem competitiva essencial para as nossas duas empresas.”

Dominique Dufermont (Dior): "A fast jewellery e a slow couture são os pilares do mercado"

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