Por
Flavia Pollo
Flavia Pollo
Publicado em
19 de jan. de 2011
19 de jan. de 2011
Dirigentes fazem críticas na abertura do Couromoda
Por
Flavia Pollo
Flavia Pollo
Publicado em
19 de jan. de 2011
19 de jan. de 2011
Na cerimônia de abertura do Couromoda, autoridades do setor calçadista fizeram discursos em tom duro, cobrando do governo mais urgência na tão prometida reforma tributária a fim de que se possa desonerar o segmento.
O presidente da Abicalçados, Milton Cardoso, cobra atitude do governo federal |
O mais enfático foi o então presidente da Ablac, Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos de Calçados, Marconi Matias dos Santos. “A tributação criada no Brasil é esdrúxula, onerosa e arcaica. Ela precisa ser reformada urgentemente”. Apesar das altas taxas imbutidas nos produtos, o presidente destacou que ainda assim o avrejo conseguiu crescer a uma taxa nominal de 13%, acima das previsões. Para 2011, a expectativa é de crescimento nominal entre 9 e 10%.
Sem precisa recorrer a papéis, o discurso do presidente da Abicalçados, Associação Brasileira de Calçados, Milton Cardoso também foi temperado por boas doses de críticas. Após muito contribuir para conseguir estabelecer a medida antidumping que sobretaxa os calçados vindos da China, Cardoso se escandaliza com algumas empresas que passaram a praticar a triangulação, trazendo calçados da China via outro país.
De acordo com dados da Abicalçados o fornecimento de sapatos da China ao Brasil caiu 22%, mas o total importado do Vietnã cresceu 81%, da Malásia 1.356%, da Indonésia 93%, de Taiwan 428% e da Republica Dominicana, 726.100% em 2010, evidenciando a chamada triangulação.
“Há importadores que zombam do governo brasileiro”, alfineta. Ele lembra que um ano após a entrada em vigor da medida antidumping, 375 mil empregos no setor foram recuperados e as exportações de calçados apresentaram crescimento de 12,9% no volume físico e 9,3% no faturamento. “Nós sabemos do que estamos falando quando pleiteamos algo junto ao governo”. Comentando a importância do setor, citou alguns dados como o de que, para mais de 100 municípios brasileiros, o setor coureiro-calçadista emprega acima de 50% da população.
Em resposta às críticas, Fernando Pimentel, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que compareceu no evento representando a presidente Dilma Roussef, comprometeu-se em defender o setor junto ao governo federal e se diz ciente do problema vivenciado pelo Brasil. “Estamos vivendo um momento paradoxal: ao mesmo tempo em que o país se destaca pela qualidade dos seus sapatos e se posiciona mundialmente como bons produtores, sofremos a ameaça da China”. Em relação às reclamações sobre a desoneração fiscal, também deu um aviso: “As medidas para desonerar não só o setor calçadista, como outro setores da economia brasileira já estão sendo preparadas para serem apresentadas ao Congresso”, garantiu.
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